Uma equipa internacional de cientistas, incluindo investigadores do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, chegou a uma descoberta promissora, graças ao espectrógrafo ESPRESSO: a confirmação da existência de uma super-Terra na zona habitável da estrela HD 20794, a apenas 20 anos-luz.

A descoberta destaca-se pelas suas aplicações práticas, já que este planeta é ideal para estudar atmosferas de mundos semelhantes à Terra e avançar na busca de sinais de vida fora do Sistema Solar.

Usando o espectrógrafo ESPRESSO, um dos instrumentos mais precisos do mundo, a equipa conseguiu detetar minúsculas alterações na velocidade da estrela causadas pela presença do planeta.

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A tarefa foi árdua, exigindo a análise de dados recolhidos ao longo de mais de 20 anos, num total de 7.496 dias de medições. Durante esse período, os sinais do planeta estavam ofuscados por ruídos, exigindo um trabalho meticuloso de eliminação de interferências.

Para os investigadores do IA, a descoberta não é apenas um marco científico, mas também um ensaio para o futuro.

"O ESPRESSO está-nos a permitir abrir caminho para a ciência que será feita com o próximo grande projeto na área: o espectrógrafo ANDES, para o Extremely Large Telescope (ELT)", explica Nuno Cardoso Santos, líder da equipa de Sistemas Planetários do IA e professor da Universidade do Porto.

Em desenvolvimento com forte participação da equipa portuguesa, o ANDES, promete revolucionar a astronomia ao detetar substâncias químicas em atmosferas de exoplanetas. Isto poderá viabilizar a identificação de biomarcadores, sinais potenciais de vida.

A super-Terra HD 20794 d é, assim, considerada um laboratório natural para testar modelos e desenvolver hipóteses científicas que aproximam a humanidade do objetivo de encontrar vida no Universo.