As galáxias do tipo Hoag são caraterizadas por terem um anel em redor do seu núcleo, sem nada visível que ligue ambas as partes, enquanto a maior parte das observadas são como a Via Láctea, de forma espiral.

Mas no caso da galáxia agora descoberta por cientistas da Universidade do Minesota Duluth e do Museu de Ciências Naturais da Carolina do Norte, há não um mas dois anéis circulares de gás e estrelas sobrepostos, algo que torna a PGC 1000714 diferente de tudo o que foi observado até agora.

“Já vimos antes galáxias com um anel azul (formado mais recentemente na história da galáxia) em redor de um corpo central vermelho (mais antigo). A mais conhecida do género é o Hoag Object”, explica em comunicado Patrick Treuthardt, coautor do estudo, publicado no Royal Astronomical Society, e astrofísico do Museu de Ciências Naturais da Carolina do Norte. “De qualquer forma, o que parece ser inédito nesta galáxia é que tem um segundo anel 'avermelhado' no seu interior”, o que é o mesmo que dizer que a PGC 1000714 tem um anel antigo dentro de outro anel mais jovem. 

Ou seja, os anéis da galáxia e as diferentes cores dos discos internos e externos sugerem que a PGC 1000714 passou por dois períodos diferentes de formação.

Embora pelas imagens iniciais, recolhidas com um grande telescópio nas montanhas do Chile, não ser possível saber quando se formaram os discos desta galáxia, os peritos consideram que o anel exterior pode ser resultado da incorporação de troços de uma galáxia anã próxima e rica em gás.

A “raridade” da PGC 1000714 vai com certeza permitir aos investigadores aprenderem mais sobre a formação e evolução das galáxias.