Depois de 12 anos, a Agência Espacial Europeia (ESA) vai pôr fim à missão Rosetta. A sonda europeia termina o seu “namoro” a 30 de setembro próximo, pousando na superfície do seu objeto de desejo, o asteroide 67P.

A Rosetta termina uma viagem plena de avanços no conhecimento destes corpos rochosos no mesmo cometa onde já se encontra o seu módulo Philae, "adormecido" desde o ano passado.

A ESA explica que, à medida que se aproxima da órbita de Júpiter, a energia solar que alimenta a sonda e os seus instrumentos diminui, da mesma forma que diminui a largura de banda utilizada para a transmissão dos dados científicos recolhidos.

Se a isso for somado o envelhecimento da nave e da carga útil, "que suportaram um ambiente muito adverso durante mais de 12 anos", nomeadamente perto de um cometa com grande quantidade de pó, é "lógico" que a vida útil da sonda esteja perto do final.

Recorde-se que a Rosetta entrou num período de hibernação de 31 meses em 2011, durante a fase mais distante do seu percurso, mas uma solução do género não será viável nesta altura, pois obrigaria a um gasto de energia para o seu acordar que esta já não terá.

Atualmente, o cometa que persegue está a afastar-se do Sol e continuará nesta rota até estar a uma distância de 850 milhões de quilómetros, sendo que a partir dos 600 milhões de quilómetros, vai perder a capacidade de armazenar energia para funcionar. Chegou então o momento de a Rosetta seguir o mesmo destino do seu módulo Philae, rumo ao cometa, "conquistado" há quase dois anos - e que teve direito a um albúm de fotos para comemorar o primeiro aniversário da atribulada chegada. 

“Para ambos será o fim da missão mais bela que se pode imaginar”, referiu Jean-Yves Le Gall, presidente do programa espacial francês CNES. Isto porque a comunicação com a sonda termina com a “acometagem”, mas nas últimas horas de descida a ESA acredita que será possível "realizar várias medições únicas”, incluindo o registo de imagens de altíssima resolução, “que irão aumentar o retorno científico da missão com dados de grande valor”.

E “que final mais belo para a Rosetta que dar um último beijo no seu cometa”, acrescentou Jean-Yves Le Gall.

Recorde-se que a missão Rosetta foi lançada com o objetivo de  estudar, pela primeira vez, in loco, estes corpos celestes considerados como cápsulas do tempo das origens do sistema solar.