Em 2018, a Intel deu a conhecer um dos seus projetos mais ambiciosos na área de realidade aumentada e virtual. As instalações do Intel Studios, localizadas em Los Angeles e dedicadas à captação volumétrica de imagem, chegaram a ser usadas para gravar alguns videoclipes e até para a criação de uma série, no entanto, a empresa norte-americana decidiu encerrá-las.

Em declarações ao website Protocol, a Intel explica que, embora se tenha visto forçada a fechar as instalações devido “limitações no negócio”, tem orgulho do impacto causado pelo seu estúdio na indústria, assim como do papel que representou no setor do entretenimento imersivo.

No centro das instalações do Intel Studios estava um palco em formato de cúpula com mais de 900 metros quadrados. O seu interior, “forrado” com green-screens, continha mais de 100 câmaras com resolução 8K, capazes de captar a ação de todos os ângulos. Para conseguir processar todas as imagens, as instalações contavam também com múltiplos servidores da Intel, ligados às câmaras através de 8 quilómetros de cabos de fibra ótica.

Apesar de empresas como a Microsoft terem vindo também a investir na captação volumétrica de imagem, os estúdios da Intel destacavam-se dos restantes devido às suas dimensões, capazes, por exemplo, de servir de palco a uma produção do musical Grease com 20 dançarinos em 2018.

De forma a dar alguma sustentabilidade ao negócio, a gigante tecnológica arrendava as suas instalações a outras empresas. Porém, a pandemia de COVID-19 dificultou todo o processo, uma vez que muitos estúdios cinematográficos também se viram obrigados a pôr as suas operações em pausa.

Para já, a Intel pretende centrar o foco das suas atenções na captação de vídeos desportivos imersivos. “Acreditamos que o futuro dos conteúdos desportivos será impulsionado pela tecnologia volumétrica, a qual nos permite produzir experiência mais abrangentes ao longo de várias plataformas”, afirmou a empresa.