Uma investigação, feita por uma equipa de cientistas de vários países permitiu dar mais um passo na sintetização realística de vídeo recorrendo a inteligência artificial. O processo desenvolvido por investigadores da Alemanha, França, Reino Unido e Estados Unidos, inclui a transferência das poses da cabeça, as expressões faciais e o movimento dos olhos captados de um vídeo de uma pessoa, para outro elemento multimédia, obtendo uma personalidade distinta.
Segundo o estudo, os investigadores criaram uma rede neural que necessita apenas de alguns minutos do vídeo original para ser treinada, transferindo para o destino a respetiva linguagem corporal. A tecnologia permite ainda manipular as sombras de fundo, caso estejam presentes.
A equipa utilizou personalidades, incluindo Barack Obama, Vladimir Putin e Theresa May, como “cobaias” para exemplificar a tecnologia. Pode assistir no vídeo às diferenças quase indistinguíveis entre o original e a manipulação.
Os cientistas referem que a sua tecnologia poderá ser útil na indústria do cinema, sobretudo na pós-produção e efeitos especiais para reproduzir atores indisponíveis, como aconteceria por exemplo com a Princesa Leia no próximo filme de Star Wars, caso a equipa de produção decidisse manter a personagem após o falecimento de Carrie Fisher.
Ainda assim, a equipa considera as implicações éticas na sua utilização, sobretudo se estiverem ligadas a ações impropriadas. Essa foi a razão pelo qual os detalhes do estudo foram publicados, como forma de alerta do que é possível fazer. Até porque muitos ainda se lembram da “mensagem” de Barack Obama a Donald Trump, produzida com uma aplicação de smartphone que inundou as redes sociais, há alguns meses.
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