O conceito de vídeos imersivos já está aí há algum tempo, mas nos últimos meses a tecnologia tem-se tornado mais acessível, assim como os preços dos equipamentos, e são muitos os fabricantes que se perfilam para lançar comercialmente produtos nesta área.

O espaço da feira é possível andar em montanhas russas, com os abanões associados, assistir a filmes, jogar e pintar virtualmente, e experimentar atividades radicais na Catalunha. E não faltam interessados em fazer tudo isto virtualmente, enquanto muitos outros se deliciam a ver as figuras (um bocado parvas) que faz quem tem os óculos colocados.

A Samsung abriu as hostilidades com a conferência dos Galaxy S7 e S7 Edge e a apresentação com os Gear VR, e o “efeito” até permitiu que Mark Zuckerberg tivesse entrado “à socapa” num auditório com quase 5 mil jornalistas e analistas sem que ninguém, ou quase ninguém, se tivesse apercebido. Divertido e assustador ao mesmo tempo.

Continuando a apostar nos seus Gear VR, e em desenvolvimentos nesta área em parceria com o Facebook e a Oculus Rift, a Samsung anunciou também uma câmara que promete massificar a produção de vídeos imersivos e que deve chegar ao mercado “em breve” e que o TeK já experimentou.

Mas os anúncios sucederam-se: a Alcatel anunciou uns óculos que funcionam em conjunto com o seu novo smartphone Idol 4, a LG tem também uns óculos de gama média, mas que se ligam ao telemóvel ou tablet via cabo, a HTC está a fazer sensação com os Vive que são ainda mais caros do que os Oculus Rift e têm comandos anexados, e a Epson tem uma nova versão dos seus óculos de realidade aumentada.

Nas câmaras também não faltam novidades para captar vídeos em 360 graus e imersivos. Para além dos Gear 360 da Samsung há duas propostas da LG, o robot Rolling Bot e a G 360 Cam, e nos próximos meses é muito provável que o YouTube e o Facebook sejam inundados de vídeos em 360º, até porque a tendência deixará de ser “vê o que eu fiz” para se tornar no “vê o que eu vi”.

O TeK já experimentou todos os modelos de óculos de realidade virtual e realidade aumentada, embora ainda não tenha usado os HoleLens da Microsoft que se posicionam numa categoria à parte, mas que ainda são matéria reservada a muito poucos.

A experiência é interessante para ver vídeos e jogos, e também para alguns eventos especiais, como aconteceu com a transmissão de um jogo do FC Porto , mas embora o conceito já não seja novo, a realidade virtual tem ainda muito caminho a percorrer para passar da fase do entusiasmo inicial à massificação.

A diferença entre as marcas faz-se pela qualidade dos óculos e a engenharia associada, que influencia naturalmente o preço, mas também pela qualidade dos conteúdos. Muitos vídeos são ainda demasiado pixelizados e empastelados para valer a pena visualizá-los em óculos de realidade virtual e em poucos minutos qualquer utilizador fica cansado. Mesmo que seja a voar sobre penhascos ou a experimentar a adrenalina das montanhas russas.

Alguns projetos de captura de vídeo de maior qualidade podem fazer a diferença, como a câmara da Nokia, a Ozo, que está numa categoria profissional (também pelo preço) e cujos resultados tivemos oportunidade de experimentar também na MWC16. As novas câmaras de 360º que estão a chegar ao mercado podem trazer uma lufada de ar fresco mas não temos a certeza que sejam o elemento chave para mudar as regras deste jogo.

Para já deixamos a todos os interessados em experimentar uma conselho (grátis): experimentem antes de comprar. E não apenas por dois ou três minutos. E comparem a qualidade e não apenas o preço.

A qualidade varia muito entre os produtos que estão no mercado e os que agora foram anunciados e por vezes vale mais investir mais algum dinheiro para ter uma melhor experiência, ou esperar algum tempo até que as propostas amadureçam.

Fátima Caçador, em Barcelona