Olhar para os conceitos de tablets existentes e pensar num modelo que pudesse ser implementado num espaço de 3 a 4 anos foram os princípios que nortearam um exercício a que Ricardo Afonso se propôs, usando como base o iPad.
O designer multimédia lançou mãos à obra e em cerca de um mês criou um modelo 3D que no início não tinha outra intenção do que ser um simples exercício visual sobre o que Ricardo Afonso imagina que os tablets possam ser num futuro próximo. Mas que depois começou a ganhar forma e evoluiu para o formato de vídeo de apresentação, para dar a conhecer o seu trabalho e expor a ideia, dinamizando também o debate à volta do rumo de evolução que os tablets podem vir a ter.
O vídeo foi colocado no YouTube, onde conta com mais de 120 mil visualizações, e a ideia foi apresentada ao TeK que tentou explorar os conceitos subjacentes ao projeto.
«Sempre que via conceitos de tablets ou smartphones (alguns muito interessantes) na sua maioria ou eram demasiado futuristas, o que levariam imenso tempo até haver algo semelhante na realidade, ou então eram apenas pequenas modificações no design de equipamentos actuais sem acrescentarem nada de muito relevante. Assim, tentei focar-me num ponto intermédio, sem querer ir para algo completamente impossível de existir em breve (talvez daqui a uns 3 ou 4 anos), mas também tentando acrescentar algo de novo e diferente ao que hoje já existe», explicou ao TeK.
O jovem de 28 anos com formação em Multimédia usou o 3ds Max para modelação, animação e render, e o After Effects para pós produção. Na composição e produção da música foi utilizado o Ableton Live.
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Mesmo concentrando-se no design, Ricardo Afonso não esqueceu a usabilidade, apesar de concordar que um ecrã totalmente transparente é questionável. Mas admite que “um ecrã assim pode ter um grande potencial, como por exemplo na área da realidade aumentada, criando uma maior imersão com o utilizador ao mostrar a informação diretamente sobreposta ao mundo que o rodeia, ao invés do que acontece nos tablets de hoje onde a informação é apresentada por cima de uma imagem virtual captada pela câmara. Penso que as potencialidades nesta vertente seriam imensas”, justifica.
A transparência do ecrã teria de ser regulável, podendo ficar totalmente opaco se o utilizador o desejasse, e já existe tecnologia que o permite, como a que foi apresentada pela Samsung na CES e que foi apelidada de Transparent Smart Window. Ricardo Afonso defende que também teria de ser tecnicamente possível impedir que a imagem fosse visível na parte de trás do ecrã, de forma a que houvesse privacidade para o utilizador.
Os componentes eletrónicos ficariam “escondidos” na parte superior e inferior do ecrã, comunicando entre si através de uma moldura metálica que contorna o ecrã e que lhe confere também alguma proteção.
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“O maior desafio penso que seria mesmo a bateria, isto claro se este tablet fosse construído hoje. No entanto, é bem possível que num espaço de poucos anos haja uma grande evolução nessa área, nomeadamente utilizando materiais como o grafeno que têm demonstrado ter capacidades incríveis”, avança.
Apresentar o conceito à Apple é uma hipótese mas que o designer coloca de lado, admitindo que já existam protótipos semelhantes. “Mas sem dúvida que seria muito interessante poder trabalhar em algo assim no futuro”, afirma.
Para além deste conceito Ricardo Afonso tem criado modelos virtuais tridimensionais, usados em marketing, publicidade, produção de TV e cinema, animação e videojogos. Trabalha como freelancer e alguns dos seus trabalhos podem ser vistos no TurboSquid
Veja agora o conceito do novo iPad que reproduzimos abaixo.
Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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