Já está a funcionar o novo campus da Google, que a empresa apresentou há quase uma década e que põe finalmente no terreno todo um conceito de espaço de trabalho idealizado e planeado pela própria empresa para o conforto dos colaboradores e alcançar as metas de neutralidade carbónica da empresa.
O novo Bay View é todo alimentado por energia elétrica, muita dela produzida a partir dos 90 mil painéis solares que cobrem a estrutura e que lhe dão um aspeto de “pele de dragão”, numa vista aérea. O sistema funciona com o apoio da energia eólica produzida em parques localizados nas proximidades e em combinação, a energia do vento e do sol, já permitem que 90% do tempo o edifício seja neutro em emissões de carbono. Até 2030, a Google quer chegar aos 100% e já conseguiu alcançar alguns marcos. Nas duas cozinhas que servem as sete cafetarias do campus, por exemplo, só há equipamentos elétricos.
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No novo Bay View também está a maior instalação geotérmica da América do Norte, garante a Google, que integrou o sistema na estrutura do edifício para reduzir a quantidade de água tipicamente usada para tarefas de arrefecimento, associadas ao funcionamento de centros de dados, por exemplo. O sistema vai ajudar a reduzir o consumo de água nestas tarefas em cerca de 90%, o equivalente a 19 milhões de litros de água por ano.
O edifício conta ainda com sistemas de aproveitamento de água das chuvas e um sistema de tratamento de águas residuais, que são usadas nas torres de arrefecimento, para rega e descargas sanitárias. O sistema de ventilação dos edifícios usa apenas ar exterior, algo que é apresentado como um avanço significativo face aos sistemas convencionais, que só conseguem aproveitar 20 a 30% de ar exterior.
A Google garante que a prioridade do design era responder o melhor possível à experiência do utilizador, mais do que focar-se no aspeto exterior do edifício. Para isso ouviu os colaboradores e percebeu que as equipas gostam de trabalhar em conjunto, mas também precisam de espaços mais privados para se concentrarem em alguns projetos. E assim foi feito.
No piso inferior há espaços de trabalho reservados e no piso superior espaços de colaboração, que se dividem em pequenas ilhas, ligadas entre si por rampas e desniveladas consoante o tipo de funções que permitem assegurar.
A ideia, explica a Google, foi criar um edifício onde as pessoas se sintam ligadas à sua organização de 2.000 pessoas, mas também à sua equipa de 50 pessoas, ou ao seu grupo de trabalho direto de 10 pessoas. Todos os materiais usados no novo campus da Google tiveram de passar pelo crivo da Living Building Challenge Red List, para garantir que não integravam componentes tóxicos ou pouco amigos do ambiente.
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Os materiais usados, o aproveitamento de luz natural, a qualidade do ar ou o conforto acústico e térmico foram temas centrais na construção e pensados ao detalhe. Alguns detalhes interessantes, que resultaram deste exercício são o facto do edifício ter sido pensado para que cada secretária tenha vista exterior. É uma forma de impulsionar o bem-estar de quem a usa, sem esquecer os “efeitos secundários” da exposição direta à luz do sol, já que todas as janelas usam um sistema de modulação da luz que incide sobre o interior. Este sistema acrescenta ou diminui sombra à intensidade dessa luz ao longo do dia, para garantir o conforto de quem está a trabalhar. Chama-se a isto, explica também a Google, aplicar princípios de design biofílico.
De volta ao exterior, falta sublinhar que as áreas verdes exteriores ocupam 7 hectares e foram pensadas para restabelecer paisagens nativas e as zonas húmidas típicas de um local que está próximo da Baía de São Francisco. Há um pantano, prados húmidos e bosques para descontrair.
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