De acordo com o estudo "The New World Atlas of Artificial Night Sky Brightness", publicado na revista Science Advances, oito em cada 10 pessoas vive em zonas com poluição luminosa.

O fenómeno é provocado pelo excesso de luzes artificiais existentes, principalmente nas grandes cidades. Nestes espaços, a luz que emana dos candeeiros, casas, arranha-céus, holofotes e outras fontes de luz é responsável pela criação de uma aura luminosa artificial em torno das cidades que ofusca vários elementos (como a Via Láctea, por exemplo) de outra maneira visíveis no céu. 

Singapura, Kuwait e Qatar são os três países onde o fenómeno se dá com maior intensidade. Nos Estados Unidos e Europa, cerca de 99% da população vive em espaços com poluição luminosa. Por outro lado, as regiões africanas do Chade, Madagáscar e República Centro-Africana são as menos atingidas por este fenómeno. 

Um dos investigadores responsáveis pelo estudo, Dr. Christopher Kyba, salientou em entrevista à BBC alguns dos aspetos negativos da poluição luminosa. "Cerca de 14% da população mundial não usa a visão noturna [durante a noite], o céu é tão brilhante que usam a visão diurna para olhar para o céu" disse Kyba em análise às consequências para a capacidade adaptativa da visão humana. "23% dos europeus e 37% das pessoas nos Estados Unidos não usa a sua visão noturna, é um número enorme".

A luminosidade excessiva tem também uma influência negativa na saúde humana, sendo responsável pelo desenvolvimento de distúrbios de sono e outras doenças. 

"Existem imensas luzes na rua que não estão bem desenhadas e iluminam áreas onde não são precisas - como o céu, por exemplo, isso não é útil para ninguém" concluiu Dr. Kyba.