(Atualizada) Foram milhares os jovens que saíram à rua este sábado, divididos por várias cidades europeias, algumas delas portuguesas, em protesto contra o ACTA, um acordo internacional que visa uniformizar as medidas de combate à pirataria e contrafação, mas que se acusa de colocar em causa a privacidade dos internautas.

As ações em Portugal começaram, de início, por ser planeadas para Lisboa e Porto, a que se juntaram posteriormente as cidades de Viseu e Coimbra, mas ao que indicam os relatos na imprensa e nas redes sociais, Braga e Faro também terão "emprestado" as suas vozes ao protesto.

Em cada um delas, os manifestantes que deram a cara (ou a máscara) contra o ACTA e a favor de uma Internet livre não terão ultrapassado algumas centenas, mas nem por isso o entusiasmo foi menor, como fazem questão de mostrar os organizadores (e "simpatizantes") nos perfis do Facebook, com a publicação de fotos.

[caption]Coimbra - Créditos: Pedro Ramos[/caption]

Coimbra - Créditos: Pedro Ramos

[caption]Lisboa - Créditos: Pedro Sanches[/caption]

Lisboa - Créditos: Pedro Sanches

[caption]Porto - Créditos: Ana Santos[/caption]

Porto - Créditos: Ana Santos

Há também vários vídeos carregados no YouTube.

A nível internacional, o protesto foi organizado pela Access, apoiada depois por estruturas um pouco por toda a Europa que coordenaram as ações, na sua maior parte marcadas pelo "cunho" dos Anonymous.

As manifestações, a par da petição que decorre online, pretenderam assumir-se como formas de pressão para convencer o Parlamento Europeu, que vota o tratado no próximo mês de junho, a dizer não ao ACTA.

O ACTA conta com a assinatura de vários países, 22 dos quais pertencentes à União Europeia. Faltam assinar Chipre, Estónia, Holanda, Eslováquia e Alemanha, com os dirigentes políticos desta última a afirmarem que vão esperar pelo sentido de voto do Parlamento Europeu para tomarem a sua decisão.

As polémicas mais recentes deste acordo, que se acusa de ter sido inicialmente negociado envolto em secretismo, já levaram a que a Polónia suspendesse o processo de ratificação do ACTA, um exemplo seguido mais recentemente pela República Checa.

Justificando a adesão ao acordo, a Comissão Europeia colocou online a 10 de fevereiro (um dia antes das manifestações anti-ACTA) informação vária, nomeadamente detalhes sobre as circunstâncias em que ocorreram as negociações, tentando desfazer a ideia de "secretismo".

Votação TeK: Manifestações podem resultar


Esta foi a opinião da maioria dos internautas que participaram na mais recente votação do TeK. Inquiridos sobre se as manifestações planeadas contra o ACTA poderiam influenciar o voto negativo por parte do Parlamento Europeu relativamente a essa mesmo acorco, 42% dos leitores respondem que sim, e que estava inclusive a pensar juntar-se aos protestos de dia 11 de fevereiro último.

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A segunda opção mais votada, contudo, foi na direção contrária, com 28% a considerarem que as manifestações não farão qualquer diferença, "tal como já aconteceu noutras situações".
Por sua vez, o "Sim, mas não vou participar", reuniu 20 % dos 554 votos, com a opinião "depende do nível de adesão" a acolher 10% das participações.

A votação seguinte tem por tema o 4G, e pergunta aos nossos leitores se pretendem "migrar" os seus serviços de comunicações logo que os serviços de quarta geração estejam disponíveis.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Patrícia Calé

Nota de redação: Notámos que os créditos das imagens apresentadas, devidamente adicionados desde início, aparecem ou não consoante o browser utilizado, por isso decidimos acrescentar esses mesmos créditos na forma de legenda.