O sucesso deste teste "marca um avanço importante na pesquisa de tecnologia de naves espaciais reutilizáveis", informou a agência, numa breve nota, indicando que a aterragem terá acontecido no Jiuquan Satellite Launch Center, situado no deserto de Gobi, na Mongólia.

Não foram partilhados dados sobre o veículo espacial, ou a tecnologia utilizada, nem informação sobre a altitude de voo ou a órbita desde o lançamento em agosto de 2022. A Agência Reuters indica que não foram divulgadas imagens ao público e que existem especulações de que a China pode estar a desenvolver um foguetão semelhante ao X-37B da Força Aérea norte americana, uma nave autónoma que pode permanecer em órbita durante vários anos e que bateu recentemente um novo recorde.

Numa breve nota do regresso e aterragem do veículo espacial, a agência Xinhua indica apenas que a reutilização de veículos espaciais "vai fornecer uma maneira mais conveniente e económica de ir e regressar do espaço".

A agência espacial chinesa, CASC, confirmou que este ano tem intenção de fazer mais de 200 lançamentos de veículos espaciais. No ano passado lanlou mais de 64 rockets orbitais  e terminou a construção dos primeiros módulos da sua estação espacial, e este ano a ideia é intensificar o número de missões, contabilizando também as empresas associadas à agência espacial, como a  Expace, Galactic Energy, CAS Space, Orienspace e Space Pioneer.

A China concluiu recentemente um teste de aterragem vertical de um foguetão, numa plataforma marítima, estabelecendo as bases para a recuperação e posterior reutilização dos aparelhos. Também a CAS Space, um spin off da academia de ciências, detida pelo estado chinês, deu conta do sucesso de um foguetão que terá atingido os mil metros de altitude e aterrado de forma segura. 

Foguetão da CAS Space
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Outras empresas, como a norte-americana SpaceX, desenvolveram nos últimos anos a possibilidade de fazer lançamentos com peças recuperáveis, o que mudou a lógica económica por detrás da exploração espacial, reduzindo custos.

Na última década, Pequim fez grandes investimentos no programa espacial e alcançou marcos como a alunagem bem-sucedido de uma sonda no lado da Lua não visível a partir da Terra, em janeiro de 2019, uma conquista que nenhum país tinha alcançado até à data.

A agência espacial prepara-se para um novo lançamento, desta vez da nave de carga Tianzhou-6 que será impulsionada pelo foguetão Long March-7 Y7. Os veículos já foram transportados para a área de lançamento este domingo, no site Wenchang, situado no sul da China, na província de Hainan.

Localização dos vários centros de desenvolvimento espacial da China
Localização dos vários centros de desenvolvimento espacial da China créditos: Wikipédia

Esta missão tem como destino a Estação Espacial Chinesa Tiangong que está em órbita, onde irá entregar combustível, experiências cientificas e outros produtos para os astronautas, incluindo comida, água, roupas e cerca de 70 kg de fruta fresca.

Veja as imagens do foguetão já na base de lançamento