Os resultados definitivos do Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional (IPCTN) mostram que, face a 2021, a despesa em Investigação e Desenvolvimento (I&D) aumentou em todos os setores de execução. Este é o sexto ano consecutivo em que a despesa de I&D cresce em Portugal em função do PIB.

Os números revelados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino superior indicam que é nas Empresas que se verifica um aumento expressivo (+16,8%), sendo este setor responsável pela execução de 2.154 milhões de euros, o que representa 60% do total da despesa nacional em I&D e 1% do PIB.

Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional (IPCTN), 2021

Mesmo assim o ministério indica que há um esforço necessário de convergência com a Europa. "Apesar de a despesa total em I&D ter atingido em 2021 um novo máximo histórico, de 1,68% do PIB, as metas a atingir até 2030 neste domínio são um desafio muito relevante e exigente, em todos os setores", refere o comunicado, lembrando que o valor da despesa total em I&D corresponde a um aumento de 8.1% face a 2019 e de cerca de 40% desde 2017, quando representava cerca 1,3% do PIB.

Para além das empresas o ministério destaca ainda o sector do Ensino Superior também aumentou a despesa com I&D em cerca de 37 milhões (+ 3,2%), sendo responsável por 33% da despesa, o equivalente a 1.202 milhões de euros.

Emprego qualificado está a crescer

"O aumento da despesa em I&D pelas empresas e outras instituições privadas é o reflexo do crescimento do emprego qualificado e do compromisso do setor privado em acompanhar o desenvolvimento científico e tecnológico instalada em Portugal", sublinha o comunicado do ministério.

Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional (IPCTN), 2021

De acordo com os dados, os recursos humanos ligados a atividades de I&D em Portugal totalizaram 69 769 (ETI), dos quais 56 365 desempenharam funções de Investigador. Os valores representam, em ambos os casos, um crescimento de 6% em relação ao ano anterior.

Os investigadores continuam a concentrar-se essencialmente no setor Ensino Superior, com  28.846 ETI (51% do total), e no setor Empresas, com 24.788 ETI (44%).

Recorde-se que o Governo estabeleceu metas para que metade das bolsas atribuídas pela FCT seja nas empresas até 2027.

Os resultados do Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional (IPCTN) podem ser consultados na íntegra no site da DGEEC.

Nota da Redação: Foi feita uma correção na despesa das empresas e adicionados gráficos