Em comunicado, a Geosat salienta que, até 2025, "pretende lançar 11 novos satélites de alta e de muito alta resolução, acelerando com isso o ecossistema espacial português, criando novas cadeias de valor e fomentando a economia do país", lê-se no documento.

Este lançamento é acompanhado "por uma nova estratégia de comunicação global de marca, que se materializa numa nova identidade visual e gráfica alinhada com o acelerado desenvolvimento que o próprio setor espacial vive atualmente tanto a nível mundial como em Portugal, neste último caso com o forte contributo da Geosat".

"Os planos da Geosat passam por expandir a atual constelação e reforçar o nosso posicionamento enquanto empresa europeia referência no setor da Observação da Terra. Para isso, estamos a liderar os dois projetos nacionais mais arrojados de sempre no Espaço: o desenvolvimento, lançamento e operação da primeira constelação de satélites nacional, focada em satélites de muito alta resolução, e a implementação da componente portuguesa da Constelação Atlântica", afirma o presidente executivo (CEO) da empresa, Francisco Vilhena da Cunha, citado no comunicado.

"Estes projetos, apoiados pela Agenda New Space Portugal no âmbito do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência], serão responsáveis por mudar a cara da indústria espacial em Portugal" e "são projetos críticos para criar bases sólidas para o futuro do setor espacial em Portugal, quer na dinamização de inovação nacional, como na evolução da especialização e qualificação" do mesmo, remata. Portugal "é hoje um 'player' global no Espaço" com a atividade da Geosat, refere.

"Trouxemos o país para a 'primeira liga' do Espaço e hoje Portugal faz parte do grupo restrito de países europeus que detém e opera satélites comerciais. O que temos pela frente é uma oportunidade única para afirmar o nosso país no setor espacial", defende Francisco Vilhena da Cunha.

A constelação da Geosat "permite a Portugal autonomia no acesso a imagens captadas do Espaço, que são relevantes tanto no contexto geoestratégico como no desenvolvimento de atividades económicas nas mais variadas áreas, desde a agricultura ao setor financeiro, e ainda na gestão de situações de emergência provocadas, por exemplo, pela seca, incêndios, crises humanitárias ou alterações climáticas", argumenta. Os novos satélites vão permitir melhorar a resolução e revisitar a atual constelação da Geosat, que conta já com dois.

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Assim, "serão oito satélites de alta resolução para revisita a cada seis horas e três de muito alta resolução (50cm), num investimento total de 100 milhões de euros, 70% dos quais integrados como investimentos no Plano de Recuperação e Resiliência", de acordo com a empresa.

Sendo atualmente "a única empresa em Portugal a deter e a operar satélites (e uma das poucas dezenas a nível mundial), a Geosat está apostada em se posicionar na liderança desta era - o New Space -, expandindo a vocação do Espaço da Ciência e da Defesa, para a vertente de negócio que a exploração espacial possibilita".

As duas únicas empresas europeias com satélites de muito alta resolução são a Geosat e a Airbus.