Um estudo recente liderado pela Universidade de Durham revela que a hipótese de surgir vida inteligente no nosso Universo, e em quaisquer outros hipotéticos para além dele, podem ser estimadas por um novo modelo teórico assente na Equação de Drake.
O estudo, publicado pela Royal Astronomical Society, usa um novo modelo teórico para avaliar as condições necessárias à vida inteligente e explora a hipótese de que o equilíbrio de forças no nosso universo poderia ser otimizado em outros cenários do multiverso.
A nova fórmula adiciona uma força misteriosa, a energia escura, que compõe mais de dois terços do Universo. Os cientistas sugerem que diferentes densidades de energia escura em universos hipotéticos poderiam criar condições mais favoráveis para o surgimento de estrelas e, consequentemente, para a formação de vida.
A pesquisa liderada pela astrofísica Daniele Sorini, da Universidade de Durham, baseia-se num modelo que calcula a probabilidade de um observador (ou vida inteligente) aleatório habitar um universo com certas propriedades. Uma das conclusões é que, estatisticamente, o nosso universo apresenta uma densidade de energia escura menor do que a encontrada num universo mais eficiente na criação de estrelas, sugerindo que a “nossa” realidade pode não oferecer as melhores condições para a vida inteligente.
Para que a vida se desenvolva, é necessário que o universo permita a formação de estrelas e planetas em regiões de estabilidade gravitacional que durem milhares de milhões de anos. No entanto, segundo o estudo, um aumento significativo na densidade de energia escura ainda seria compatível com a criação de vida. “O que surpreende é que uma maior densidade de energia escura aumenta a probabilidade de permitir condições de vida,” afirmou Daniele Sorini.
A investigação sugere que a astrofísica da formação de estrelas e a evolução da estrutura em grande escala do universo se combinam subtilmente para determinar o valor ótimo da densidade de energia escura necessária para a geração de vida inteligente.
A pesquisa utiliza uma abordagem similar à Equação de Drake, uma fórmula criada nos anos 1960 para estimar o número de civilizações extraterrestres na Via Láctea. Porém, em vez de calcular o número exato de civilizações, este modelo centra-se nas condições astronómicas fundamentais, como a taxa de formação estelar, e a sua relação com a densidade de energia escura.
Em suma, esta investigação desafia a perceção de que o nosso universo seja o mais propício à vida. Além de levantar novas questões sobre o papel da energia escura na evolução de estruturas astronómicas, o estudo abre caminho para futuras pesquisas sobre as condições ideais para o desenvolvimento de vida no contexto de um multiverso.
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