Numa altura em que se discutem as melhores medidas para o controlo da COVID-19 e os cuidados a ter para não haver uma segunda vaga de infeções durante o regresso “ao normal”, a Claranet promove o debate Open Data & Public Information. “O tema centra-se na importância da associação geográfica dos dados para uma informação partilhada aos cidadãos, bem como sobre um maior escrutínio público sobre a evolução do COVID-19 – lançando a discussão sobre esta prática no conjunto da atividade do serviço nacional de saúde e sobre as implicações para a gestão e governo”, refere a empresa em comunicado.
Durante o debate, foi também apresentado o “dashboard” desenvolvido pela COTEC e pela Nova IMS, o COVID19 Insights, a ser discutido por decisores políticos, académicos, especialistas na área de saúde, administração do território e técnicos de sistemas de TI. Na prática, pretende-se esclarecer o papel diferenciador que as empresas de TI podem ter no contexto do apuramento, tratamento e divulgação dos dados geográficos associados ao sector da saúde, dentro do contexto da COVID-19.
Segundo o Hospital do Futuro, a informação publicamente acessível está a dar origem a uma nova era sem precedentes na história da humanidade e com impactos evidentes na gestão e nas medidas que um governo possa tomar. Dá como exemplo o caso do “milagre português” e sobre a antecipação da sociedade civil de uma semana à medida oficial de quarentena decretada pelo Governo. Algo que seria impossível antever se o país não tivesse acesso aos dados da crescente escalada de mortalidade que ocorreram na Itália e Espanha, em tempo real.
Miguel de Castro Neto da NOVA IMS, referiu a importância do acesso aos dados livres que sejam relevantes para a sociedade, que possam ser usados e modificados por todos para qualquer situação. Quantos mais dados estiverem disponíveis, mais conhecimento sobre a realidade que nos rodeia. Haverá dessa forma uma melhoria dos serviços, e se isso for obtido, dão origem á criação de oportunidades para criar valor. Ou seja, invés das empresas terem de investir o seu tempo a “desenterrar” os dados, podem investir na criação de valor.
Refere ainda que os dados abertos têm um ranking de 5 estrelas, desde o simples PDF, com uma estrela, às cinco estrelas, quando há um formato embebido e com inteligência suficiente para se perceberem e se relacionarem, independentemente do seu local de hospedagem.
O portal COVID-19 Insights, lançado em parceria com a COTEC, oferece um conjunto de dashboards com dados sobre a evolução da COVID-19, a sua pandemia, e outros dados como os modelos epidemiológicos que permitem antever o futuro da evolução dos infetados em Portugal, por exemplo, com base em dados que já são públicos. O portal surge no contexto de que os dados existem, mas não estão no domínio público. O desafio é agregar dados de instituições públicas e privadas, de forma a serem usados de forma ética e preciosa para o público.
Luis Goes Pinheiro acrescenta que a transparência é muito importante, pois tem o efeito de indução e promoção do melhor desempenho, afinando os bens e produtos que são colocados no mercado. As entidades públicas também têm dificuldade em aceder aos dados de outras entidades. Todos ganham com isso, acrescenta, sobretudo a área da saúde, que é muito importante para adequação dos serviços públicos, assim como a sociedade pública e a de investigação. “Sou um fã da partilha de dados e devemos promover essa partilha”, mas refere que é necessário ter cuidado com os dados que são partilhados. E alerta para a necessidade de as fontes serem fiáveis, para que esses dados sejam bem aplicados. Mesmo a DGS pediu que certos dados locais não fossem partilhados, porque o facto de não serem totalmente transparentes podem originar desconfiança entre a população.
Para Teresa Machado Luciano, Secretária Regional da Saúde do Governo dos Açores, a partilha de dados na área da saúde permite ligar-nos em tempo real. Deu como exemplo ao forma como o governo regional dos Açores tratou com total transparência os dados sobre o coronavírus, criando um portal centralizado com a informação da COVID-19, com linhas de apoio e dados atualizados duas vezes por dia, por ilha e concelho.
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