Uma equipa de cientistas da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) desenvolveu e testou um tratamento estético inovador não invasivo que promete rejuvenescer a pele do rosto sem cirurgias, agulhas ou dor.

A tecnologia baseia-se em ultrassons de alta frequência que destabilizam momentaneamente a epiderme, facilitando a criação de canais para a difusão de dermocosméticos capazes de preencher, hidratar e reduzir as irregularidades da pele associadas ao processo de envelhecimento.

“Quando um laser de nanossegundos é absorvido por certos materiais, ocorre uma conversão muito eficiente de luz numa onda de pressão de elevado impulso (ultrassom). Estes ultrassons de alta frequência permeabilizarão transitoriamente a pele, facilitando a entrega epidérmica de cosméticos”, explicam Carlos Serpa e Gonçalo de Sá, investigadores do Centro de Química de Coimbra (CQC) e inventores da tecnologia, citados em comunicado.

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As pressões geradas em função do tempo dos ultrassons de alta frequência são determinadas pela largura de pulso do laser (=10 ns). Larguras de pulso baixas correspondem a bandas de frequências elevadas de ultrassons, o que permite produzir ultrassons que se estendem até aos MHz de frequência.

Deste modo, “o comprimento de onda dos nossos ultrassons assemelha-se ao comprimento da camada córnea (barreira de 15 µm), o que induz variações de pressão internas que levam ao desarranjo momentâneo da estrutura da pele, o que facilita a difusão de cosméticos”, concluem.

Este mecanismo desenhado, agora, especificamente para tratamentos estéticos com ácido hialurónico, em colaboração com a LaserLeap Technologies, está patenteado pela UC, pelos inventores Luís Arnaut e Carlos Serpa, professores do Departamento de Química da FCTUC, e por Gonçalo de Sá, investigador do CQC.