O Linux faz 20 anos, mas na Assembleia da República ainda mal passou da primeira infância. Há, no entanto, uma falange de apoio incondicional e a procura de soluções que promovam a utilização de tecnologias open source e normas abertas.

O grupo parlamentar do PCP é um desses casos, tendo-se destacado na apresentação de propostas como a que levou à Resolução da Assembleia da República nº53/2007, que aprovou a iniciativa para levar a utilização de software livre para o Parlamento - mesmo que não nos termos em que a queriam ver concretizada.

O documento acabou por passar com as "alterações impostas pelo PS, PSD e CDS - que se entenderam entre si para desvirtuar a nossa proposta, em vez de se aplicar o software livre disponibilizando-o para toda a gente na AR (GPs, serviços, etc.), passou a ficar consagrado que o software livre só seria disponibilizado mediante pedido expresso ao centro de informática", afirmou à data o deputado Bruno Dias, em entrevista ao TeK.

A medida representou, mesmo assim, uma vitória importante para os defensores da utilização das soluções de código aberto no Parlamento, à qual se soma a entrada em vigor este mês da lei da adoção das normas abertas.

Quatro anos volvidos sobre a Resolução de Setembro de 2007, há três deputados do grupo parlamentar do PCP que têm os terminais informáticos que usam no hemiciclo equipados com o sistema operativo de código aberto Ubuntu, baseado em Linux.

Apostam também no uso de software livre no que respeita a aplicações de produtividade, correio eletrónico e navegação Web, mas as máquinas continuam a estar em dual-boot, permitindo ao utilizador optar entre Windows e Ubuntu.

As razões para o uso das plataformas de código aberto prendem-se com a vontade de "procurar utilizar alternativas e experimentar sistemas e soluções que não nos deixem limitados a uma única marca", esclareceu Bruno Dias.

"Não temos uma utilização exclusiva de software livre, não excluímos outros sistemas operativos, mas fazemos questão de manter e promover o uso da alternativa, da liberdade tecnológica". A ideia é "conhecer, aprender, utilizar e demonstrar que não é um bicho de sete cabeças", acrescenta.

Entre os atuais utilizadores do Ubuntu não há ninguém que esteja especialmente ligado à área da informática, garante. Num grupo com idades até aos 35 anos, há um licenciado em comunicação social, um advogado e um geólogo.




Nota de redação: Ao longo dos próximos dias pode acompanhar aqui no TeK mais casos de implementação de projectos open source em Portugal, uma iniciativa que assinala o vigésimo aniversário do Linux.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

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