No fim do ano passado, o Presidente da Venezuela anunciou a criação de uma criptomoeda "local" denominada Petro, ou El Petro como também é chamado,  para "avançar na superação de problemas financeiros e em direção a um sistema financeiro sólido". A lógica segue em sentido contrário à de grande parte dos reguladores de mercado europeu e norte-americano, que têm avisado para a volatilidade das moedas virtuais, das quais a Bitcoin é a mais conhecida. 

O chefe de Estado disse que o Petro será apoiado pelas reservas de petróleo, minerais e diamantes da Venezuela, tendo o seu preço inicial sido fixado em 60 dólares americanos. Contudo, este é um valor que “está sujeito a flutuações do mercado de petróleo”.

O lançamento oficial foi feito nas primeiras horas da madrugada e confirmado num tweet do vice presidente Tareck El Aissami que afirma que este é um dia que ficará para a história.

O Governo já publicou um “livro branco” com as regras que vão reger a sua nova criptomoeda, e indica que a moeda digital vai atrair investimento da Turquia, Qatar, Estados Unidos e Europa, noticia a Reuters.

Disponível para pré-venda a partir de hoje, 20 de fevereiro, o regulador de criptomoedas do país sul-americano, Carlos Varga, acredita que serão muitos os “investidores do Qatar, Turquia e outras partes do Oriente Médio”, embora também espere alguma participação por parte de  “europeus e norte-americanos”.

No site do Petro explica-se toda a iniciativa e é apresentado o calendário, assim como os manuais de utilizador.

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A Venezuela tem vindo a atravessar uma crise económica, política e social, com a inflação a crescer de forma acentuada, tendo em dezembro de 2016 atingido o valor histórico de 800%, de acordo com dados da Trading Economics.

Nicolás Maduro atribuiu o desenvolvimento da crise venezuelana às sanções financeiras impostas pelo governo dos Estados Unidos, que decretaram o congelamento de todos os bens de Maduro sob sua jurisdição e proibiram todos os cidadãos ou entidades norte-americanas de negociar com o Presidente venezuelano.

Na sequência dessas medidas, o Departamento do Tesouro norte-americano afirma que a nova moeda pode violar o regime de sanções contra a Venezuela, alertando os possíveis investidores sobre as consequências legais de adquirir a criptomoeda venezuela.