No ano passado foram comunicados à Secção Central de Investigação de Criminalidade Informática e de Telecomunicações da Policia Judiciária 260 casos para investigação. A maior fatia de queixas diz respeito ao acesso ilegítimo a redes e a sistemas informáticos ao que se junta o abuso sexual menores, acesso a dados pessoais, devassa da vida privada e acesso ilegítimo a redes de telecomunicações, que compõem o Top 5.



Num encontro promovido pela APDSI - Associação Portuguesa para a Promoção e Desenvolvimento da Sociedade da Informação o inspector-chefe da Judiciária, que apresentou os dados, mencionou um conjunto de alterações tecnológicas para as quais não houve um acompanhamento suficientemente eficiente que prevenisse determinado tipo de problemas, sentidos quer ao nível das empresas, quer ao nível doméstico.



Rogério Bravo salientou a adesão rápida dos utilizadores à Internet e a ausência de estudos que permitissem analisar os efeitos desse acesso acelerado.



Entre as principais causas para a ocorrência dos crimes mais registados pela PJ estão "a ausência de cópias de segurança, de log's de contacto atempada aos OPC / ISP's, de formação específica de sysadmin ou em segurança informática, assim como a falta de formação genérica das tecnologias empregues", considera.



A Policia Judiciária acredita que a utilização de guias e manuais de procedimentos que norteiem o funcionamento interno e as relações com o exterior são essenciais para reduzir alguns dos crimes mais registados.



Entretanto, a secção, que integra a Direcção Central de Investigação da Corrupção e Criminalidade Económica, continua a registar um aumento dos crimes relacionados com o acesso ilegal a redes e sistemas informáticos, sendo este o crime mais registo nos top 5. Rogério Bravo admitiu que as tentativas de aceder às redes de Internet dos ISP sem pagar e aos serviços de televisão por cabo são bastante frequentes.



Durante o ano passado foram também divulgados números de processos relacionados com a criminalidade informática. A Assoft - Associação Portuguesa de Software revelou aos jornalistas que durante o ano de 2002 a Polícia Judiciária concluiu 292 processos, tendo sido transitados para 2003 outros 210. Já o IGAE, na área de pirataria informática, terá fiscalizado 3662 entidades, das quais a maioria são retalhistas, tendo sido detectadas 560 infracções. Entre Janeiro e o final de Maio de 2003 o IGAE fiscalizou 1.885 entidades, nas quais os retalhistas continuam a ter um peso significativo mas onde os prestadores de serviços começam a ter maior importância, tendo sido detectadas 350 infracções.



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