Realizou-se ontem ao final do dia uma reunião da Associação Portuguesa de Fabricantes de Equipamento Informático (APFEI) na qual foram firmadas as assinaturas de adesão simbólica de 12 novos associados, atingindo uma representatividade do sector de cerca de 90 por cento. Depois da apresentação formal da associação em Outubro passado, o secretário-geral Luís Pinto afirma que a APFEI está a entrar numa fase de arranque de maior velocidade, tendo já definido as primeiras iniciativas práticas que vai desenvolver.

Embora a entrada dos novos candidatos a associados ainda não esteja formalizada, faltando a análise das candidaturas para verificar se estas cumprem os requisitos básicos para associados, Luís Pinto afirma que a Associação deverá contar com duas dezenas de membros, depois do período inicial onde se manteve apenas com os quatro sócios fundadores, a Criterium, J.P. Sá Couto, MicroMáquinas e Solbi.

As empresas que agora mostraram a sua intenção de aderir à APFEI foram a
Capsoft, CHIP 7, Databox, Dx4, Inclass, Inforlândia, Introduxi, Microcaos, Microdados, SCDI, Suprides Lisboa,
e W2s.

Por enquanto a associação envolve apenas fabricantes de PCs, mas o objectivo é alargar o âmbito a outros fabricantes de equipamentos informáticos, explicou ainda Luís Pinto. Para além destes associados, a APFEI convidou a Microsoft Portugal e a Assoft como sócios honorários, prevendo-se ainda a entrada de outras entidades, entre as quais a Intel, apesar de ainda não estar confirmada formalmente.

Com a Microsoft a APFEI deverá assinar um protocolo de colaboração tecnológica que possa “gerar inovação no desenvolvimento de produtos informáticos em Portugal, contribuindo para tornar as marcas nacionais mais credíveis”, salientou João Paulo Girbal, Director-geral da Microsoft.

Desafios novos
Admitindo que o sector tem vindo a mudar e que o actual estado de fraca procura do mercado pode ajudar as empresas fabricantes de informática a repensar o seu negócio, Luís Pinto definiu algumas linhas práticas de acção da APFEI, que, segundo afirma, quer ter uma papel reivindicativo mas também inovador.

Para além da promoção da compatibilidade electromagnética de todos os fabricantes e da criação de um selo de qualidade para os equipamentos dos associados que cumpram os requisitos mínimos definidos, a APFEI vai ainda promover o acompanhamento das iniciativas relacionadas com o ambiente, nomeadamente a adequação às normas de reciclagem que entram em vigor em 2006 e ainda a eco-valor e ponto verde, já em vigor.

Luís Pinto salientou ainda duas questões que ameaçam o negócio dos fabricantes de informática e aos quais a APFEI está a dar maior atenção, nomeadamente a desadequação do modelo de compras da Central de Compras do Estado, na qual os fabricantes portugueses não estão integrados, e a possibilidade de estabelecimento em Portugal, em Ponte de Lima, de um projecto de grande dimensão de origem brasileira para fabrico de computadores.

No caso da Central de Compras do Estado, a APFEI está a considerar a hipótese de avançar com medidas legais contra estes procedimentos, tal como o TeK havia noticiado na semana passada (veja Notícias Relacionadas). Porém, a associação pretende esperar até 31 de Maio para tomar alguma decisão, já que no Plano Nacional de Compras Electrónicas esta data aparece definida como o momento de maior clarificação das regras de compras por parte das entidades públicas.

Considerando o projecto de origem brasileira para Ponte de Lima uma ameaça, Luís Pinto diz que a associação lançou um desafio às empresas que a integram e às que agora mostraram vontade de aderir de criar um projecto semelhante que possa reunir as competências nacionais. “A questão foi agora colocada aos novos aderentes e vamos ter de verificar o grau de intenção de cada uma das empresas”, afirmou Luís Pinto. Para já é preciso perceber se o modelo de negócios das empresas pode ser transposto parcialmente para esse projecto, mas não há ainda uma estruturação mais concreta da ideia.

Nota de Redacção: [2004-04-28 22:12:00] A notícia foi alterada para incluir a lista das empresas que mostraram vontade de aderir à Associação. Ao contrário do que foi referido durante a conferência de imprensa que decorreu no final do dia 27 de Abril, e onde esteve presente um jornalista da Casa dos Bits, o número de candidatos a associados é de 12 e não de 14. Na altura os responsáveis pela APFEI alegaram que não poderiam referir todas as entidades que assinaram as propostas de adesão, mas mantiveram o número de 14 empresas como as interessadas em aderir.
Já na semana passada Maia Nogueira, presidente da Associação, tinha referido que deveriam entrar na APFEI entre 20 e 22 novos associados que formalizariam a intenção nesta reunião. Luís Pinto confirmou porém no dia 27 que havia mais empresas interessadas mas que devido a outros compromissos não puderam comparecer na reunião.

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