A dupla de alunos André Campos e Pedro Branco saiu vencedora do Prémio Fujitsu Siemens Computers para o melhor Trabalho Final de Curso em Computação Gráfica e Multimédia, criado em colaboração com o Departamento de Engenharia Informática do Instituto Superior Técnico (IST), pelo desenvolvimento de um interface táctil que permite aos portadores de deficiências visuais escrever num PDA ou comunicar facilmente por SMS através do telemóvel.



O software, destinado "aos cerca de 135 mil portugueses que sofrem daquele tipo de deficiência", inclui vários interfaces especiais, utilizando um teclado sintetizado, variando entre o número de teclas usadas para a selecção de letras. Ao mesmo tempo, foram também desenvolvidos dois teclados que, fazendo uso de algoritmos de predição, antecipam o caracter e/ ou a palavra pretendidos pelo utilizador.



Para uma melhor compreensão da ferramenta, os dois alunos do departamento de Engenharia Informática do IST conceberam três versões do Manual do Utilizador, uma em formato electrónico para ser lida em computador através de um sintetizador, outra versão em braille e uma terceira em CD Áudio.



O uso da interface 3GM poderá vir a ser alargado a outros produtos electrónicos, nomeadamente recorrentes a tecnologia de navegação GPS, contribuindo para que os deficientes visuais se possam deslocar de forma autónoma para locais, mesmo que desconhecidos. Está igualmente pensada a criação de agendas electrónicas.



O novo software já está em fase de registo de patente como um produto junto do Gabinete de Apoio ao Licenciamento de Tecnologia, em cooperação com o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), informa-se em comunicado enviado à imprensa.



"O trabalho de investigação 3GM, que a Fujitsu Siemens Computers premiou, é um interface de fácil aprendizagem, que responde às necessidades de um grupo específico e especial da população portuguesa e representa um claro avanço em tecnologia actual", refere a empresa em comunicado, justificando a sua escolha. "O 3GM permite aos utilizadores gozaram de uma autonomia que até agora não usufruíram, dispensando a ajuda de terceiros para ler mensagens recebidas e para as enviar".