Uma equipa de investigadores da Universidade de Washington, nos EUA, está a trabalhar num programa que vai permitir "transformar" qualquer software proprietário em open source.


O verbo transformar aplica-se aqui não no sentido literal, mas antes para traduzir a possibilidade da manipulação e personalização de qualquer programa à medida das necessidades do utilizador. Imagine-se, por exemplo, introduzir botões que lhe permitam controlar o iTunes a partir do Word, sem ter de saltar entre as janelas dos dois programas.


A aplicação chama-se Prefab e promete modificar o interface do utilizador, mesmo sem ter acesso ao código fonte do programa (que é proprietário).


"A Microsoft e a Apple não vão "abrir" o seu código, mas criam programas que põem pixéis no ecrã. Se conseguirmos modificar esses pixéis, então podemos modificar o comportamento aparente dos programas", explica o responsável pelo projecto, James Fogarty, citado pela PC World.


Quase tudo o que vemos no ecrã é feito de "blocos" de código "pré-fabricado". O que esta nova ferramenta faz é procurar esses "blocos" com uma frequência de 20 vezes por segundo e alterar o seu comportamento, acrescenta.


Os investigador estabelecem um paralelismo com o que acontece com a linguagem utilizada em páginas Web, o HTML, que pode ser visto por todos, o que faz com que possamos acrescentar elementos de umas páginas às outras - vídeos, mapas, RSS, imagens ou simples ligações, por exemplo, mas explica que uma coisa semelhante é difícil de alcançar com os programas nativos do computador. O que propõem com a sua nova ferramenta é uma forma de misturar funcionalidades de vários programas num só interface, unificado.


No site da Prefab é disponibilizado um vídeo onde são apresentadas algumas das potencialidades do software. O projecto ainda está em desenvolvimento mas a parte principal do trabalho está feita, adiantou o professor de informática, que há dois anos vem preparando a Prefab em conjunto com um aluno de doutoramento na mesma área, Morgan Dixon.


Os investigadores estudam agora uma forma de explorar comercialmente a ideia. Entretanto, está marcada uma demonstração para 14 de Abril, na conferência Computer Human Interface, em Atlanta (EUA).