Há um ano atrás, a uma hora não muito diferente daquela a que estamos a publicar esta notícia, a Apple revelava mais uma novidade capaz de marcar o mundo da tecnologia. Steve Jobs apresentava o muito especulado iPad. As vendas nos Estados Unidos só começaram em Abril e no primeiro grupo de países extra mercado doméstico, em Maio. Vinte e oito dias após o lançamento estava vendido o primeiro milhão de iPads.



Antes de ser apresentado, o tablet da empresa já provocava reacções da concorrência que, semanas antes, fazia do formato um dos temas da CES, a primeira grande feira de tecnologia do ano. Este ano o tema voltou à agenda da feira com mais força e mais propostas. Terão sido apresentadas quase uma centena de modelos tablets.



Os números das consultoras divergem mas num ponto são iguais. A Apple assegura um domínio confortável do mercado de tablets. Números da IDC, por exemplo, antecipam que em 2010 terão sido vendidos 17 milhões de tablets, o iPad representará 90 por cento das vendas. Os próprios resultados da Apple, apresentados na semana passada, deixam pouca margem para dúvidas em relação ao sucesso das apostas tecnológicas da empresa. Nomeadamente o iPad que, só no trimestre do Natal, vendeu 7,3 milhões de unidades.



Para 2011 a IDC prevê que sejam vendidos 44,6 milhões de tablets e em 2012 70,8 milhões. Uma fatia importante destes números irá parar ao bolso dos accionistas da Apple, mas a tendência é para que a quota se pulverize por um número crescente de actores. Vários são os fabricantes com planos conhecidos para lançar tablet PCs.



Entre os planos já concretizados, o primeiro a fazer concorrência à Apple foi o Galaxy Tab da Samsung, que acabou por chegar primeiro a Portugal. O dispositivo alinha desde o Outono na oferta da Vodafone, da TMN e também é vendido livre de operador. O iPad é comercializado na loja da fabricante norte-americana desde final de Novembro.



Mesmo por isso as vendas do equipamento em Portugal ainda serão pouco significativas, embora não existam números oficiais que o confirmem. Só em 2011 os compradores portugueses terão mais tempo para se "afeiçoar" à oferta, enquanto já circula na imprensa internacional a forte convicção de que está em marcha uma nova geração do produto.



Dizem as fontes que gostam de se manter na sombra que esta nova versão está por meses e vai levar para o iPad o ecrã retina que o iPhone 4 já utilizada. Terá capacidade de processamento reforçada e uma entrada para cartões de memória SD, eventualmente.



Além de criar uma nova classe de dispositivo e ditar uma tendência ao nível do hardware, o iPad conseguiu outro feito curioso: acelerar fortemente o surgimento de um mercado de conteúdos. Desde o início do ano passado sucedem-se as notícias de novas aplicações desenvolvidas para iPad.



Quem disse que a falta de conteúdos móveis tem um impacto negativo no desenvolvimento de uma nova geração de comunicações em mobilidade? A este caso, definitivamente, a preocupação não se aplica.



Para além de uma loja de aplicações recheada de ofertas para quem quer enriquecer de conteúdos a sua plataforma de acesso à Web, os donos de iPads têm mesmo direito a revistas com edição exclusiva para o dispositivo, como esta ou esta. A última revela que também em Portugal tem havido um forte empenho dos produtores de conteúdos para se tornarem visíveis no iPad, por exemplo, na imprensa.






No futuro próximo certamente o tablet dará motivo para mais notícias. Fica só a dúvida: será que a mais esperada, a de uma nova geração do equipamento, vai aguardar pelo regresso de Steve Jobs, que anunciou recentemente o afastamento da empresa por razões de saúde?