A Assoft e a Polícia Judiciária comunicaram hoje o desenvolvimento da mais recente iniciativa contra a pirataria de software, envolvendo desta vez 130 mil empresas de pequena e média dimensão. Numa acção inédita em termos de volume de empresas abrangidas, a associação do sector conseguiu a chancela da PJ, com a qual já colaborava anteriormente em termos de apoio a auditorias de fiscalização a empresas.

A Assoft tem vindo a desenvolver ao longo da sua actividade diversas campanhas de prevenção, algumas contando com o apoio de entidades oficiais, como a Inspecção Geral das Actividades Económicas. Ainda no ano passado a Assoft procedeu ao envio de 45 mil cartas a empresas, no sentido igualmente de as prevenir para os riscos que correm ao utilizar software ilegal.

Esta é porém a primeira vez que a Assoft e a PJ assinam em conjunto as cartas de “prevenção”, onde se recorda às empresas que já foram vistoriadas 4.300 companhias pelo IGAE, dando origem a 306 processos judiciais. O TeK não teve ainda acesso à carta referida, mas Manuel Cerqueira, presidente da Assoft, explica que se pede igualmente às empresas que façam uma relação do software utilizado nos seus equipamentos, com números de série e licenças atribuídas.

Manuel Cerqueira adianta ainda que esta campanha tem um custo elevado, de cerca de 150 mil euros, mas afirma esperar um retorno positivo da parte das empresas em termos de feedback.

Os destinatários das cartas foram escolhidos de forma aleatória entre as 270 mil Pequenas e Médias Empresas registadas. Questionado pelo TeK, Manuel Cerqueira admite que a resposta à carta, que pode ser feita para a Assoft ou para a PJ, não é obrigatória já que a Assoft não tem poder legal para exigir esta relação de dados.

O presidente da Assoft garante ainda que a associação não vai tratar os dados recolhidos em nenhuma base de dados, mas que simplesmente os vai arquivar. Porém, considerad que é positivo para as próprias empresas o facto de fazerem um inventário do seu software e adianta que na última acção de envio de cartas a taxa de respostas foi de 38 por cento.

“Temos a percepção de que há muitas empresas ilegais”, explica Manuel Cerqueira, justificando mais esta acção de sensibilização junto das empresas. O responsável pela associação sublinha que seria muito positivo se a taxa de uso de software ilegal fosse reduzida em 10 por cento e cita números da IDC que referem perdas de 600 milhões de euros e 200 mil postos de trabalho devido a este problema.

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