As dúvidas levantadas no discurso do Presidente da República sobre a segurança dos sistemas de informação da sua Casa Civil levaram a um aumento dos ataques à rede do Governo. Um comunicado do Conselho de Ministros, ontem emitido, admite que as tentativas de intrusão “se intensificaram significativamente nos últimos dias a níveis muito preocupantes e nunca antes verificados”.

O mesmo comunicado refere que o sistema informático rejeitou, com sucesso, 12 tentativas graves de intrusão entre os dias 27 e 29 de Setembro, “tendo esse número mais do que duplicado (32 tentativas graves de intrusão) entre os dias 30 de Setembro e 2 de Outubro”. Recorde-se que o discurso do Presidente da República foi feito a 29 de Setembro.

Ontem o Jornal Expresso reclamava ter conseguido entrar na rede informática do Governo, embora a da Presidência da República se tenha mantido inviolável. A Presidência do Conselho de Ministros refuta esta ideia e afirma em comunicado que “qualquer informação que sugira a intrusão na Rede Informática do Governo é falsa“.

“A Rede Informática do Governo é uma rede reservada que se encontra fortemente protegida de acessos externos pela Internet, estando os respectivos equipamentos informáticos sujeitos a rigorosos níveis de segurança e avançados instrumentos de protecção”, refere o mesmo documento.

Admite-se porém um eventual acesso a uma zona de registo de nomes dos subdomínios "gov.pt", “que são meros endereços para acesso a sítios da Internet, nos quais apenas residem conteúdos de divulgação pública”.

O CEGER (Centro de Gestão da Rede Informática do Governo) garante que já iniciou as diligências para detectar a origem das tentativas de intrusão e que não deixará de participar criminalmente contra os responsáveis “pela prática de quaisquer actos ilícitos no domínio do cibercrime, ao abrigo das disposições legais aplicáveis”.

Estão também a ser reavaliados os mecanismos de prevenção disponíveis para contrariar a intensificação dos ataques informáticos.