Tal como já tinha acontecido com a Expo 98, a construção dos estádios de futebol para o Euro 2004 veio beneficiar o negócio de software de projecto da Autodesk em Portugal que, no pico de construção dos mesmos, registou um aumento das vendas na ordem dos 10 por cento.



"Cada vez que há um grande evento em Portugal, como uma grande construção, uma grande infra-estrutura, naturalmente a Autodesk ganha com isso porque a maioria das pessoas que trabalha com projectos assistidos por computador dá preferência às nossas soluções", explicou Jorge Horta, director-geral da Autodesk em Portugal, em declarações ao TeK.



O mesmo responsável adianta que a grande maioria dos estádios, tal como já tinha acontecido na EXPO, começou a utilizar tecnologia Autodesk desde o primeiro momento e que essa utilização se prolonga até agora, já numa fase de exploração dos mesmos.



"Entre 3D Studio, AutoCad, Architectural Desktop, Land Develoment Desktop ou MapGuide, o portfólio da Autodesk acabou por ser utilizado não só no estudo da infra-estrutura, como na construção e agora na fase final, onde já acontecem os torneios, na parte onde é necessário fornecer informação geo-referenciada à polícia ou aos bombeiros", justificou Jorge Horta.



No âmbito da construção dos estádios de futebol, os produtos da Autodesk estão também a ser utilizados por outros clientes que não arquitectos e projectistas. "As pessoas que depois fazem o que se chama de 'especialidades', nomeadamente os esquemas de iluminação, os sistemas de rega, os arruamentos, a segurança, também recorrem em profundidade aos produtos Autodesk", acrescentou Jorge Horta.



O responsável da Autodesk aguarda agora pela adjudicação dos projectos da rede de alta ferroviária de alta velocidade, para os quais assume ter "grandes expectativas". "A rede de alta velocidade, à imagem dos outros projectos nacionais de grande envergadura, está a seguir uma via tradicional em Portugal, que é pedir aos utilizadores que sejam disciplinados na hora de utilizar os formatos, e da mesma forma que pede Word ou Excel, pede também o DWG - um standard de facto para o mundo dos projectistas, no qual se baseiam o portfólio Autodesk".



Jorge Horta defendeu que num projecto estrutural tão importante e de tão grande investimento para o país, como vai ser o da construção da rede ferroviária de alta-velocidade, será aconselhável exigir que fique cá o know how associado. "Da mesma forma que conseguimos que ficassem cá a maior parte do conhecimento ligado aos projectos da EXPO 98 e aos estádios, no caso da RAV devemos fazer exactamente o mesmo esforço e exigir a todos - mesmo que haja estrangeiros a concorrer aos projectos - que o façam integralmente em Portugal, para que o know how ligado aos comboios de alta-velocidade fique cá".




Assim, e segundo o director geral da Autodesk "dentro de alguns anos poderemos estar a concorrer em projectos de construção de linhas de alta velocidade em todo o mundo - que é um mercado em grande crescimento".



Para Jorge Horta, a Autodesk, em termos internacionais, está num momento muito bom "porque já começamos a sentir a saída da crise a partir do segundo trimestre deste ano". Em Portugal o responsável defende que o volume de vendas da Autodesk não pode ser comparado com o da Microsoft, "mas somos talvez o segundo ou terceiro fornecedor de software para microcomputadores a nível nacional".



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