Já se conhecia o projeto para o avião supersónico construído pela Lockheed Martin em parceria com a NASA, o X-59. O objetivo é claro, criar uma alternativa aos modelos supersónicos que seja capaz de bater a velocidade do som, mas sem o habitual barulho ensurdecedor de anteriores versões. E depois dos testes promissores, em pequena escala, os engenheiros estão confiantes que o X-59 possa voar a baixa altitude, perto do solo, abrindo um novo capítulo para a aviação comercial.
E a Lockheed Martin e a NASA já não estão sozinhas a explorar o conceito, a startup europeia Destinus pretende cruzar o oceano Atlântico, numa viagem de Londres a Nova Iorque em apenas 90 minutos. O interesse por soluções mais silenciosas e amigas do ambiente aumentam, 20 anos depois do mítico Concorde ter rasgado os céus pela última vez e ainda assim, fazendo esta viagem em 3h30.
Veja na galeria imagens do X-59
O grande desafio é ultrapassar o efeito conhecido como “sonic boom”, ou seja, o barulho que os motores fazem. A Lockheed tem recolhido dados da resposta da comunidade à aceitação do barulho emitido pelo novo modelo, que ajudarão a NASA a fornecer aos reguladores a informação para se criarem os valores standard que permitam levantar a proibição de viajar mais próximo do solo, como imposta ao Concorde.
A superação desta barreira vai poder abrir a porta a um novo mercado global para as fabricantes de aviões, permitindo aos passageiros voarem para qualquer parte do mundo em metade do tempo que demoram atualmente.
A velocidade da supercomputação e os modelos de machine learning ajudaram a prever com grande precisão a interação dos efeitos de choque sónico e como estes se propagam no solo a uma altitude de cerca de 15 quilómetros. O avião está a ser produzido desde 2018, num contrato que a Lockheed Martin recebeu da NASA para desenhar, construir e lançar o X-59, num orçamento estimado em 247,5 milhões de dólares.
Como explicou Dave Richardson, diretor do programa X-59 na Lockheed Martin, à Fast Company, não existem segredos no que diz respeito ao uso de materiais dispendiosos, motores especiais ou tecnologia radical. O segredo é mesmo a forma e design do avião. Parece mesmo uma nave espacial extraterrestre, criado através de software especial projetado por engenheiros da Bethesda (que recentemente lançou o videojogo Starfield).
Em 2022, o X-59 completou com sucesso os testes de calibração de combustível. O voo inaugural estava previsto para dezembro de 2023, mas acabou por escorregar, estando agora previsto para o início de 2024.
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