A evolução das espécies é algo que não se pode estudar de forma tão linear como outras transformações que existem na Natureza. Isto porque a evolução de um determinado animal, seja ele mamífero ou réptil, pode demorar milhares ou até milhões de anos.



Um grupo de investigadores do Instituto de Ciências e Tecnologias de Okinawa, no Japão, tem usado robôs “hermafroditas” de pequenas dimensões que estão a simular ratos. O que os cientistas tentam perceber é de que forma as estratégias de acasalamento podem ter influência no desenvolvimento da espécie. Mas outro objetivo do estudo é saber se os robôs podem ser usados como elementos para estudar a evolução das espécies.



Os robôs foram divididos em dois grupos: o recoletor, onde a principal preocupação é manter-se alimentado, e o que rastreia, cujo objetivo primário é encontrar uma fêmea para reprodução. Mas como podem os robôs simular a vida real?

Em vez de procurarem alimento, os robôs procuram na verdade pontos onde é possível recarregar a bateria – o equivalente à alimentação. No caso da reprodução os machos procuram pontos – o equivalente às fêmeas – onde as suas ligações de infravermelhos são correspondidas. Como são hermafroditas, os robôs viam todos os outros como fêmeas.



Os resultados foram depois processados com a ajuda de algoritmos que num curto espaço de tempo conseguiram produzir resultados equivalentes aos de 1.000 gerações de animais.



No final concluiu-se que numa mesma população de ratos podem coexistir duas estratégias distintas de acasalamento com diferentes prioridades para a reprodução sexual e para a alimentação – alguns robôs se vissem uma fêmea ou a comida, escolhiam o ponto de alimentação.



Ainda assim, a maior parte dos elementos, cerca de 75%, optou pelo rastreio de fêmeas, enquanto 25% escolheram a via da comida. Concluiu-se ainda que diferentes estratégias de acasalamento proporcionam gerações mais robustas de robôs.


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico