Cada vez mais o Espaço é visto como um mercado a explorar, e as injeções de capital neste segmento deixam isso bastante evidente.

Números avançados pelo estudo “The 2nd Space Revolution”, da Fabernovel, indicam que entre os anos 2000 e 2015 foram investidos 2,9 mil milhões de dólares em empreendimentos espaciais, sendo que 1,8 mil milhões dizem apenas respeito a 2015. “Uma disrupção está a caminho”, profetiza Stéphane Distinguin, fundador e diretor-geral da Fabernovel.

Os mistérios do Universo já não estão só sob o olhar atento e ávido dos tradicionais players. Hoje em dia, empresas da área da tecnologia estão a querer deixar a sua marca neste campo, fazendo parcerias com entidades já bem estabelecidas do sector ou levando a cabo as suas próprias campanhas extraterrestres.

Segundo a análise, as empresas mais recentes na área da exploração espacial ou das viagens além-Terra estão a apostar na resiliência dos seus equipamentos, tendo sempre em mente um fator “custo-benefício” e a sua reutilização. No revés da medalha, as empresas já com legado na área do Espaço querem demarcar-se da competição emergente “com um grande ênfase na qualidade”, diz o estudo, apontando para um forte investimento na produção de naves com um maior tempo de vida útil, mas também mais dispendiosas.

Os recém-chegados à exploração espacial, como a Blue Origin de Jeff Bezos ou a SpaceX de Elon Musk, procuram congregar várias tecnologias de vários sectores para tornar as viagens ao Espaço e até interplanetárias uma realidade o mais brevemente possível.

A Fabernovel refere que estas empresas constroem naves que possam servir um propósito imediato e finito, respeitando os requisitos para aquilo que descreve como um “Produto Mínimo Viável”. O foco destas entidades recai sobre as pessoas e não sobre a tecnologia, segundo o estudo.

É referido que a SpaceX, do carismático Elon Musk, parece estar na vanguarda dos desenvolvimentos das viagens comerciais ao Espaço. No entanto, o progresso é ainda frequentemente frustrado devido a obstáculos técnicos, como a capacidade de construir um foguetão suficientemente robusto para resistir a viagens de ida e volta a Marte, sem rebentar em pleno voo nem na plataforma de lançamento.

Aludindo ao plano praticamente utópico – pelo menos por agora – de Musk para a criação de uma “colónia marciana”, a Fabernovel diz que é provável que estes novos players não consigam por si só chegar ao objetivos desta magnitude, o que sugere que talvez tenham mais a ganhar se se juntarem a entidades já bem estabelecidas no meio.