Com a ausência de novos smartphones para mostrar durante o Mobile World Congress, a Honor revelou os seus planos para a inteligência artificial. A conetividade mais fácil e útil entre os equipamentos foi uma das tecnologias reveladas.

Durante uma demonstração que o SAPO TEK assistiu, vários smartphones de diferentes marcas Android e um iPhone partilharam fotografias entre si, através do sistema Honor Connect. Todos os equipamentos Android bastavam usar o sistema de partilha, apenas no iOS era preciso instalar a aplicação da Honor. Além da rapidez e comodidade deste sistema de partilha, como foi mostrado, as imagens enviadas não perdem a qualidade original, ao contrário do que acontece, por exemplo, quando se envia pelo WhatsApp.

O tema da conetividade foi abordado num painel promovido pela Honor com o nome Connect X, onde ficou a pergunta se estão as empresas de telecomunicações preparadas para em 2030 lidarem com 35 mil milhões de equipamentos conectados. Alex Katousian da Qualcomm e Fang Fei, a presidente de produtos da Honor, abordaram este tema no painel.

Fang Fei diz que a IA generativa vai ajudar a gerir, juntamente com os agentes de inteligência artificial vão fazer o trabalho de campo para as ligações entre smartphones e outros equipamentos, incluindo computadores ou robots, até aos serviços.

As plataformas de agentes de IA abrem novos cenários para além das aplicações que usamos nos smartphones. A conetividade será gerada por IA, significando que os dados circulam pelos equipamentos, permitindo aos utilizadores ligações simples entre todos eles. E daí o Alpha Plan da empresa, focado na conetividade entre todos os equipamentos, sempre com o foco nas pessoas. O ecossistema da Honor de transferência dos smartphones da marca para outros Android e iOS é um passo que todos devem seguir de interoperabilidade.

Veja na galeria os produtos da Honor no MWC 2025

Alex Katouzian reafirma esse potencial com a IA e como fabricante de chips e destaca que a parceria com a Honor é única, salientando a tecnologia de hardware e software que está a ser criada para este ecossistema. O que a Qualcomm deseja é oferecer as capacidades de IA, recorrendo à experiência da empresa nos últimos 15 anos. E dá exemplos que sempre que se capta uma fotografia no sol e esta fica saturada, mas depois sai bem, é a IA a trabalhar. De noite, a redução de ruido das imagens também é a IA a trabalhar por cima com algoritmos para melhorar a definição.

A deteção de malware e outros problemas de privacidade são geridos pela IA. Refere como os agentes de IA vão ajudar, bastando aos utilizadores escreverem ou a falarem normalmente para o smartphone para terem acesso aos serviços que utilizam no dia-a-dia, independentemente dos wearables ou equipamentos que usam.

A ligação dos equipamentos, através de sistemas de Bluetooth de baixos recursos. Diz que está a trabalhar com parceiros como a Honor para levar estas tecnologias a todos os consumidores. Salienta que cada utilizador carrega cinco ou seis equipamentos no seu dia-a-dia, seja o smartphone, auriculares, portáteis, smartwatches, etc. Quando se diz aos óculos inteligentes para descrever o que está a ver é o smartphone que é ativado através dessa conexão para dar o contexto necessário.

Mobile World Congress 2025 - Barcelona
Mobile World Congress 2025 - Barcelona Conetividade simples entre os diversos equipamentos, independentemente da marca ou ecossistema, como propõe a Honor.

Colocar os humanos no centro da experiência é visto como crítico. Fang Fei destaca como exemplos das suas soluções, como os auriculares e o smartphone no bolso. Com as mãos ocupadas, pode falar com os auriculares, dar instruções ao equipamento, sem ter de mexer no smartphone. O seu computador tem uma funcionalidade em que as chamadas podem ser puxadas para a máquina de forma simples.

O agente de IA será o cérebro de toda esta experiência de ligar todos os equipamentos inteligentes. Outro exemplo é ter um voo para apanhar, o equipamento sabe e dá a instrução de voz pelos auriculares ao utilizador que tem de começar o processo de “boarding”. Tudo isto é cruzado pelo calendário que sabe a data e hora do voo e o sistema de localização que sabe que o utilizador está no aeroporto.

Segundo Alex Katouzian, usar a IA só porque sim, não vale a pena. Tem de saber a utilidade para os utilizadores. Os agentes saberem o que os utilizadores necessitam e ativam as aplicações para encurtar o trabalho. Quando se deixar de dizer aos equipamentos o que é para fazer, é quando os agentes começam a ser realmente úteis. Afirma ainda que o custo da cloud é elevado e por isso, ter a IA nos equipamentos torna a experiência mais acessível de utilizar.

As capacidades de usar pouca energia, estar sempre disponível, mas sem drenar as baterias, tem sido o trabalho feito para aprimorar o poder da IA diretamente nos equipamentos. Além de ser seguro, imediato e pessoal, destaca o responsável da Qualcomm. Se um equipamento tiver noção da presença de outro, como um smartphone, que sabe o que os óculos veem e ouvem, torna-se mais fácil a interação entre os mesmos.

A IA transformou o ser humano na nova interface de utilização de equipamentos e computadores
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Os 35 mil milhões de equipamentos previstos não incluem apenas os pessoais, mas os IoT e industriais, que vão ser geridos em 2030. Alex Katouzian defende a interação dos equipamentos, independentemente da marca ou ecossistema, numa experiência interligada e em torno do utilizador humano. A IA ajuda a gerir os recursos de cada equipamento, seja a energia ou a facilidade de ligar com outros aparelhos. Tudo isto com a IA a ser a próxima interface, como aliás, a Qualcomm já tinha defendido anteriormente.

Nota da Redação: o SAPO TEK viajou a convite da Honor.

O SAPO TEK está a acompanhar o MWC25 que decorre em Barcelona de 3 a 6 de março, siga todas as novidades e anúncios mais relevantes com o nosso especial.