Um comunicado ontem divulgado pela Compta, e assinado pelo Conselho de Administração da empresa, pretende "lembrar factos que têm sido ignorados" no âmbito do recente processo da lista de colocação de professores. A empresa recusa responsabilidades nos atrasos e nos diversos erros ao longo dos últimos meses e afirma que os factos agora divulgados "provam o seu comportamento ético e profissional exemplar".



Justificando o silêncio mantido até agora com a "preservação do interesse público", o comunicado conta a história do projecto desenvolvido para o Ministério da Educação na sequência de um concurso público que ganhou e "em que foram relevantes factores como o preço, os prazos e os conteúdos das propostas". A Compta iniciou o trabalho de preparação das listas de colocação de professores em Setembro de 2003, mas "nos meses que se seguiram e ao longo de todo o processo, foi confrontada múltiplas vezes com alterações das normas, da sua interpretação e critérios aplicáveis, por parte, nomeadamente, da Direcção Geral dos Recursos Humanos da Educação".



Embora considerando que com estas mudanças os prazos se tornaram impossíveis de cumprir, "a Compta, com boa fé e atento o interesse público envolvido, procurou corresponder aos pedidos e necessidades dos seus parceiros neste processo".



Fica ainda no ar a acusação de que nas listas publicadas a 20 Setembro de 2004, e que foram retiradas meia hora depois, terem sido detectadas incorrecções "cuja origem é exterior à Compta".



A Administração da Compta afirma ainda que apresentou listas finais ao Ministério da Educação a 28 de Setembro, a mesma data da publicação das listas que vieram a ser utilizadas e que foram produzidas depois do trabalho de uma outra empresa externa, a ATX (veja Notícias Relacionadas). Segundo o comunicado o Ministério da Educação entendeu não considerar estas listas, nas quais a empresa assegura não existirem anomalias estruturais.



O documento termina com a afirmação de que "a Compta aguarda serenamente os resultados dos inquéritos anunciados, certa de que confirmarão a qualidade do trabalho por si desenvolvido e do profissionalismo nele empregue, reservando-se o direito de tirar desses resultados as devidas conclusões".

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