
"Um pequeno passo para o Homem, um salto gigante para a humanidade", esta foi a frase com que Neil Armstrong assinalou a chegada à Lua da missão Apollo 11, algumas horas depois momentos depois do módulo lunar Eagle pousar em solo lunar, às 16h17 do dia 20 de julho de 1969.
A história da exploração espacial começou tinha começado muito antes de os norte-americanos colocarem os primeiros homens no satélite natural da Terra, antes de a antiga União Soviética ter feito de Yuri Gagarin o primeiro humano a completar um voo orbital da Terra, antes mesmo de a NASA ter sido criada.
Foi com a Apollo 11 e com os seus três tripulantes Neil Armstrong, Edwin "Buzz" Aldrin e Michael Collins que a humanidade conseguiu chegar à Lua pela primeira vez, mas as missões que a antecederam foram determinantes para tornar o sonho realidade. Mais de oito anos de preparativos separam o anúncio de John F. Kennedy e o lançamento a 16 de julho de 1969 da nave Columbia.
Pelo caminho houve muitos falhanços, e o programa Apollo não começou da melhor forma. A primeira de todas as missões, a Apollo 1, resultou numa tragédia, com a morte dos três tripulantes
A estratégia norte-americana para a exploração espacial estava, assumidamente, em curso desde abril de 1959, quando foi apresentado o projeto Mercury, de voo tripulado. Mas o objetivo só foi cumprido passados dois anos, a 5 de maio de 1961, e não antes dos soviéticos colocarem Yuri Gagarin a orbitar a Terra.
Veja as imagens dos principais momentos da exploração do espaço
Veja as imagens das várias missões Apollo
A caminho da Lua
A 16 de julho de 1969, a missão Apollo 11 descolava para uma viagem à Lua e à história mundial. A bordo seguiam o comandante, Neil Armstrong, o piloto do módulo de comando Columbia, Michael Collins e o piloto do módulo lunar Eagle, Edwin "Buzz" Aldrin.
Longe de existir a SpaceX de Elon Musk e o seu Big Fucking Rocket, a “boleia” da espaçonave Columbia ficou a cargo do Saturn V, o maior e mais poderoso foguetão até à altura.
O módulo de comando Columbia foi desenhado para este programa. Era uma cápsula construída para transportar três astronautas até à Lua e depois trazê-los de volta. Maior que a espaçonave usada nos programas Mercury e Gemini, permitia que os astronautas se movimentassem. A área da tripulação tinha um espaço idêntico ao de um carro ligeiro.
A missão Apollo 11 era ainda constituída pelo módulo lunar Eagle destinado, tal como o nome indica, a pousar no satélite natural da Terra – e depois a regressar à “nave mãe” Columbia. Aqui já só havia lugar para dois tripulantes, que foram Neil Armstrong e Buzz Aldrin e que pisariam a Lua quatro dias depois. Michael Collins aguardou no módulo de comando.
“Houston, daqui Mar da Tranquilidade. O Eagle pousou”
Dia 20 de julho de 1969, depois de 100 horas e 12 minutos de voo, o Eagle separou-se da Columbia para a aproximação à Lua, mas as cerca de três horas seguintes não foram propriamente fáceis.
Na última fase da descida, a luz de aviso da reserva acendeu-se, indicando que só havia 5% de combustível. Neil Armstrong e Buzz Aldrin tinham 90 segundos para pousar...
Os alarmes soaram a bordo do módulo, primeiro relativamente ao excesso de dados que o computador não estava a conseguir processar, e depois vários sobre o posicionamento do módulo lunar, que teve de ser alterado e que acabou por influenciar o local de “aterragem”. Entretanto, Neil Armstrong teve de assumir o controlo manual do módulo.
Na última fase da descida em direção à Lua, e para rematar o conjunto de “peripécias”, houve direito a mais um momento de suspense, mas este digno de uma produção de Hollywood: a luz de aviso da reserva acendeu-se, indicando que restava apenas 5% de combustível no depósito. Neil Armstrong e Buzz Aldrin só tinham 90 segundos para pousar.
Precisamente às 04:17 PM EDT de 20 de julho de 1969 (21h17 do mesmo dia em Portugal), o sistema do Eagle deu indicação que tinha tocado a superfície da Lua. Foi com alívio que a equipa em Terra ouviu Neil Armstrong responder ao pedido de contacto com as palavras históricas “Houston, daqui Mar da Tranquilidade. O Eagle pousou”.
O comandante da missão foi o primeiro ser humano a pisar “outro mundo”, numa oportunidade que descreveu com as famosas palavras “um pequeno passo para um homem, um salto gigantesco para a humanidade”. Eram perto das quatro da madrugada do dia 21 de julho em Portugal e o momento terá sido visto - e ouvido - na altura, por mais de 600 milhões de pessoas em todo o mundo.
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Nas cerca de duas horas e meia em que caminharam no Mar da Tranquilidade, região quase plana e escura onde o Eagle alunou depois de se ter distanciado da zona inicialmente prevista, os dois astronautas norte-americanos falaram com o Presidente dos Estados Unidos Richard Nixon, recolheram amostras de solo e rocha lunar, instalaram instrumentos científicos, como um sismómetro, fixaram, sem conseguirem enterrar, uma bandeira americana e registaram imagens.
Deixaram para trás medalhas em homenagem aos membros da tripulação da Apollo 1, que morreram no teste de lançamento, e uma placa com a inscrição "Viemos em paz em nome de toda a humanidade" entre outras mensagens (e “itens” de outros géneros como contentores de urina…).
Passadas 21 horas e 36 minutos da alunagem, o comandante da Apollo 11 e o responsável pelo módulo de alunagem voltaram para junto de Michael Collins que tinha permanecido na nave-mãe Columbia, em órbita.
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A tripulação iniciou o voo de regresso, chegando a Terra a 24 de julho de 1969. Ao todo, a missão durou oito dias, três horas, 18 minutos e 35 segundos, de acordo com os arquivos da NASA.
Meio século depois, há regresso marcado (a pensar em Marte)
Depois da Apollo 11, visitaram a Lua mais seis missões. A Apollo 17, lançada a 7 de dezembro de 1972, foi a última.
Nos anos seguintes esmoreceu o interesse científico (e a sede de competição) e os elevados custos que envolvem novas viagens tripuladas têm mantido os astronautas da NASA - e de outras agencias espaciais - “em Terra”. Até agora.
Cinquenta e seis anos depois da chegada do homem à Lua parte do contexto mudou, com a entrada em cena de empresas privadas e ideias de investimento que passam, por exemplo, pelo turismo espacial. Prepara-se agora a instalação de uma base permanente onde as futuras missões interplanetárias poderão abastecer e, afinal, o destino de sonho Marte está ao “virar da esquina”.
O regresso ao satélite natural da Terra está por isso assegurado de forma a“ aprender mais sobre o que será necessário para apoiar a exploração humana em Marte” e a nova missão lunar humana recebeu o nome de Ártemis, mas tem vindo a ser atrasada. A segunda fase da missão Artemis foi adiada para abril de 2026, puxando o sonho do regresso do Homem à Lua ainda para mais tarde.
Apesar do adiamento, a NASA continua convicta de que colocará primeiro os seus astronautas na Lua antes da China, que planeia a chegada em 2030.
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