Depois de ter dominado o mercado dos computadores pessoais, a Dell está a movimentar-se para novas áreas, como os sistemas de armazenamento de dados, dispositivos sem fios e impressoras, assim como para o sector dos serviços informáticos.

Este mercado é um dos mais lucrativos de toda a indústria de computadores, embora não esteja normalmente ligado ao fabrico de produtos, actividade a que a companhia de Michael Dell se tem dedicado mais até agora. De acordo com a agência Reuters, a companhia norte-americana encontra-se a criar uma gama de serviços que espera que contribua para alcançar o seu objectivo de quase duplicar as suas vendas totais durante os próximos cinco anos, para um valor de 60 mil milhões de dólares.

Actualmente, a Dell ajuda companhias a conceber, instalar e administrar
sistemas de informação, o que representa um negócio que cresceu 45 por cento no primeiro trimestre fiscal da companhia. Mas estes serviços correspondem a vendas de apenas alguns poucos milhares de milhões de dólares, em comparação com as receitas total de 35 mil milhões de dólares prevista para o ano fiscal de 2003.

A fabricante texana está a tentar obter novas fontes de receitas numa altura de recessão da procura por tecnologia, apesar de ter até agora aguentado bem esse declínio mediante a comercialização directa junto dos clientes, o que lhe permitiu manter os inventários e os custos baixos, adquirir quota de mercado e aumentar os lucros. Contudo, será difícil prever que a Dell consiga ultrapassar as suas concorrentes em termos de preços no sector dos serviços, onde a manufactura não está envolvida.

Michael Dell afirmou recentemente numa entrevista que a sua companhia efectuou uma pequena aquisição no ano passado, da empresa de serviços Plural, tendo aumentado mais recentemente o seu número de empregados. O objectivo da Dell é conquistar uma parte maior do mercado de serviços no valor de 445 mil milhões de dólares que já é actualmente cobiçado pela IBM e pela Hewlett-Packard - as suas concorrentes tradicionais no
negócio de hardware.

Mas, ao contrário das rivais, a Dell não pretende introduzir-se no sector do mercado de serviços em que uma companhia administra um data center e os seus empregados ou disponibiliza conselhos sobre de que forma é que os seus clientes podem melhorar as ligações de tecnologias para os seus fornecedores, visando acima de tudo disponibilizar os serviços relacionados com o produto comercializado.

No ano passado, a IBM adquiriu a PricewaterhouseCoopers Consulting com vista a posicionar-se na liderança deste negócio. A HP conquistou recentemente um grande contrato com a Procter and Gamble, empresa de produtos domésticos. Por seu lado, a Dell pretende entrar nos serviços através dos seus computadores. Uma vez que o hardware e software informático se está tornando cada vez mais padronizado, a Dell pode criar pacotes de serviços que poderão ser comercializados em conjunto com os computadores e máquinas de armazenamento
de dados.

Recentemente, a companhia venceu um contrato de dimensões razoáveis com "um grande sistema educacional" que envolve 200 mil utilizadores de computadores, afirmou Michael Dell. Actualmente e desde o último trimestre ocupando a posição de maior fabricante mundial de PCs - lugar que conquistou à HP -, a Dell está também a introduzir-se noutros negócios com novos produtos. Em parceria com a EMC, fabrica sistemas de armazenamento de dados, comercializando também impressoras fabricadas pela Lexmark.

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