Depois do "hype" e do "wow", as empresas já estão a chegar ao "how" da Inteligência Artificial

Fátima Caçador

25 out 2024 13:27

Sofia Marta, country manager da Google Cloud em Portugal, levou ao Portugal Digital Summit vários exemplos de como as empresas estão já a tirar partido da Inteligência Artificial e avisa para a necessidade das PME acelerarem e apostarem na formação.

O tema da utilização da Inteligência Artificial foi transversal aos vários debates da conferência Portugal Digital Summit, que decorreu em Lisboa, no Técnico Innovation Center, nos dias 23 e 24 de outubro. Sofia Marta, country manager da Google Cloud, centrou a sua apresentação no potencial da tecnologia, e em exemplos do que já está a ser feito no terreno, mas deixou também avisos.

"Depois do hype e do wow passámos para o how [...] em 2023 ainda vimos muita curiosidade e pilotos, mas 2024 já é um ano de grande execução e de utilização do Gemini com ferramentas do Google Workspace e Cloud", afirmou na sua intervenção no palco principal da conferência, explicando que a tecnologia já está a ser usada para resolver problemas críticos mas também para apoiar a optimização de processos de negócio.

Entre os exemplos referidos estão alguns projetos da Google, como o Flood Hub, através do qual já foram enviadas mais de 100 milhões de notificações a pessoas afetadas por catástrofes naturais, ou o Wildfires, que avisa para a existência de incêndios e que já está disponível em Portugal desde este verão.

Veja a entrevista de Sofia Marta ao SAPO TEK durante o Portugal Digital Summit'24

Os casos da saúde e da educação foram também destacados e Sofia Marta acredita que aqui há espaço para uma grande revolução, na forma de encarar o ensino mas também de análise de dados e de informação de saúde. A tecnologia Med-PaLM da Google já está a ser usada em Portugal, na Fundação Champalimaud e na CUF, como o SAPO TEK já tinha dado conta.

"A tecnologia não vai substituir o humano mas ampliar o que podemos fazer e o objetivo é dar mais ferramentas para um alcance mais eficaz e para chegar a mais população", explica.

A country manager da Google Cloud em Portugal referiu ainda os exemplos de duas startups portuguesas a usar a tecnologia, a Sword e a Barkyn, que usam a IA para guiar exercícios ou para fazer a análise do estado de saúde dos animais de estimação.

O impacto que a tecnologia pode ter na produtividade, com uma aceleração identificada no estudo que a Google partilhou recentemente, foi também destacado. O relatório aponta que em cerca de 10 anos, no seu auge, a IA generativa poderá impulsionar o PIB de Portugal em 18-22 mil milhões de euros, representando mais 8% na economia.

Ainda assim, há riscos e Sofia Marta lembra que é preciso que as pequenas e médias empresas também acelerem a adoção da tecnologia, investindo na formação. "Existem muitos cursos gratuitos e na próxima semana vamos lançar o programa Impulso AI, que foi desenvolvido com a APDC", lembra Sofia Marta.

Veja as imagens do Portugal Digital Summit 2024