Em agosto decorre o The International, a principal prova de e-Sports de Dota 2, o videojogo produzido pela Valve. O evento reúne equipas profissionais de classe mundial e os prémios são de valores astronómicos, a rondar os 40 milhões de dólares. O certame desportivo vai ser palco de uma exibição especial, entre uma equipa completamente controlada por bots de inteligência artificial pertencente à Open AI, cofundada por Elon Musk, e uma das principais formações profissionais presentes no torneio.
A OpenAI tem vindo a aprender todas as mecânicas e táticas do famoso MOBA, registando cerca de 180 anos de partidas por dia. O sistema utiliza 256 processadores gráficos (GPU) e 128 mil cores de processamento.
Desde o ano passado que a inteligência artificial tem acumulado vitórias sobre jogadores amadores em partidas individuais, mas o grande desafio vem agora nos jogos em equipa contra profissionais.
No seu blog, a Open AI explicou que teve de ensinar a inteligência artificial a coordenar os cinco bots que compõem a equipa, pois a qualquer momento uma personagem pode fazer uma de 1.000 ações possíveis. Os investigadores afirmam que os bots necessitam fazer decisões enquanto processam 20 mil valores do que se está a passar na partida. Em comparação, a média de ações possíveis numa partida de xadrez é 35, tornando o processo bem mais complexo que as contas que o supercomputador Deep Sea fez quando venceu o Garry Kasparov nos anos 1990.
A empresa refere que para jogar Dota 2, a inteligência artificial tem dominar estratégias, desde o movimento dos heróis para as localizações e o seu posicionamento nos combates, ou utilizar o portal para a aldeia, o que pode gerar cerca de 80 mil ações por partidas que demoram em média 45 minutos. Por outro lado, a previsão e antecipação são aspetos que a IA tem de dominar, significando que os heróis apenas veem as partes do mapa na sua área. O restante está coberto pela chamada "neblina de guerra", que oculta as partes do mapa onde não estejam heróis da equipa. Antecipar ou prever o que o adversário possa estar a fazer nessas áreas “cegas”, tais como capturar acampamentos ou enfrentar os bosses da área têm de ser ensinados à IA.
No blogue da OpenAI é possível aceder às informações técnicas e metodologias de treino da equipa de bots controlados pela inteligência artificial, e a sua ambição de mostrar no The International o resultado da investigação.
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