A inteligência artificial foi criada sob o princípio básico de ser benéfica para os humanos e (pelo menos) até à data tem cumprido com a obrigação. Está a fazê-lo na deteção do cancro da mama, na previsão de cheias ou no cálculo de rotas de propagação de incêndios e em muitas outras vertentes mais “rotineiras” - e até criativas.

Depois de ter atingido um desempenho super-humano na última década, “neste momento assistimos a uma revolução exponencial da capacidade das máquinas entenderem o conhecimento humano e tirar dali o melhor partido”, afirmou Bernardo Correia, Diretor Geral da Google Portugal, partilhando alguns exemplos com a assistência do Portugal Digital Summit.

“Há pessoas que acham que a IA é hype, mas não é hype: é só a coisa mais importante que vai acontecer durante a próxima década”, destacou Bernardo Correia.

Escrever poemas, planear viagens com uma variedade de detalhes, criar imagens que se confundem com fotografias “reais” ou mesmo criar um fado - com todas as suas particularidades - em ucraniano são coisas que podemos pedir ao Bard, a IA generativa da Google, e esperar a correspondente resposta em troca.

Os exemplos do uso da tecnologia parecem estar longe de esgotar-se. Depois de, num primeiro momento, dominar o texto, a IA está a especializar-se no áudio, na imagem e no vídeo.

“O vídeo é a fronteira mais recente e também a mais difícil, mas o caminho que está a traçar-se é igual ao feito para o texto e para a imagem: já conseguimos fazer coisas engraçadas e complexas em vídeo”, referiu Bernardo Correia durante o seu keynote no Portugal Digital Summit.

Clique para ver algunas das imagens dos momentos principais do Portugal Digital Summit’23, registados pela equipa do SAPO TEK.

A IA até já é capaz de ensinar robots a jogarem futebol, quando marcar golos foi o único “comando” dado pelos humanos, como retratado num vídeo que o responsável da Google Portugal apresentou.

Tudo isto permite criar mundos que até hoje não existiam, acrescentou, “abrindo janelas para todo um novo patamar de criatividade”, naquilo que considera ser uma democratização total do poder da IA.

“Podemos desenvolver novos paradigmas de comunicação em que o único limite passa a ser a nossa imaginação e a capacidade de sabermos o que queremos criar”, defendeu Bernardo Correia.

Veja o vídeo completo do keynote do diretor geral da Google Portugal