Está a decorrer a Summer Fest, um evento digital que se vai desenrolar nos próximos meses até ao final de agosto, com o objetivo de colmatar a ausência da E3 e Gamescom, que foram canceladas devido à pandemia de COVID-19. O objetivo é revelar novos jogos, entrevistas com os criadores, e sempre que possível oferecer demos aos próprios fãs de videojogos.

Ontem foi revelado o remaster/remake de Tony Hawk Pro Skater 1 e 2, ficando a promessa para uma revelação bombástica para hoje. E como prometido, foi revelado o motor Unreal Engine 5, a nova geração da tecnologia da Epic Games de Fortnite, para alimentar as futuras PlayStation 5 e Xbox Series X, mas também o PC e smartphones. Para demonstrar o poder gráfico do seu novo motor, foi mostrado uma sequência de grande qualidade que a Epic afirma ter sido retirada de uma demo jogável da PS5, ainda que confirme de que não se trata de um novo jogo, mas sim uma tech demo criada para o efeito.

Conforme explicou Tim Sweeney, o CEO da Epic Games, a complexidade geométrica destaca-se nesta nova geração, e graças ao hardware, acabaram-se as paragens para o carregamento dos níveis. Foi explicado que o motor vem acompanhado de ferramentas para os criadores poderem converter e adaptar rapidamente um jogo de PC ou consolas, para equipamentos mobile, sem perder muita qualidade no processo, mantendo-se o mais fiel possível às restantes plataformas.

E para dar exemplo aos criadores, de como transpor os jogos produzidos em Unreal 4 para o novo motor, a Epic Games prometeu converter Fortnite para a tecnologia que chega em 2021. A interatividade e dinamismo, assim como escala e velocidade são alguns dos pilares que vão definir a próxima geração de consolas. Mas talvez o mais interessante é que o motor Unreal 5 poderá finalmente quebrar a fronteira entre o cinema e os videojogos, já que está preparado para colocar no mesmo pipeline de desenvolvimento os assets para os filmes e jogos. Ou seja, será possível reciclar os materiais usados num filme para um jogo e vice-versa, poupando assim muito dinheiro aos estúdios de produção.

De recordar que séries como The Mandalorian da Disney já utiliza o motor Unreal 4 para criar os renders em tempo real dos cenários. E se neste momento a tecnologia ainda se aplique apenas a cenários, o estúdio continua a puxar ao limite para a construção de atores virtuais gerados pelo motor.

Ainda sobre o vídeo de demonstração, apresentado pelo diretor de arte Jerome Platteaux e o diretor gráfico Brian Karis, é destacado a utilização de nanotecnologia para criar o máximo de detalhe geométrico. A tecnologia de iluminação foi batizada de Lumem, que segundo explicam, reage em tempo real tanto à cena, como às mudanças de luz.

Considerando que Fortnite é hoje mais que um jogo, mas uma plataforma multimédia, capaz de oferecer concertos virtuais e outros eventos de promoção. Uma atualização futura poderá abrir a portas a ideias ainda mais ambiciosas, como o próprio Tim Sweeney afirma "tudo pode ser possível". Quem sabe transformar a plataforma num gigantesco estádio para concertos virtuais ao vivo com maior escala ou mesmo, uma espécie de drive in, para assistir a filmes?