Assinalam-se hoje os dois anos do lançamento do Plano Tecnológico da Educação (PTE), anunciado a 23 de Julho de 2007 pelo primeiro-ministro José Sócrates que anunciava a Escola do Futuro e as metas para que Portugal ficasse entre os 5 melhores da UE até 2010.

Com 9 concursos públicos já lançados destinados à infra-estruturação e desenvolvimento de serviços definidos nos três eixos do Plano Tecnológico da Educação, este entra agora numa fase de serviços, como explicou João Trocado da Mata, coordenador do PTE, em entrevista ao TeK.

"Estamos a entrar numa fase de serviços, que começou com o lançamento do Portal das Escolas e, de alguma forma, com a videovigilância, que é um serviço de terceira geração", justifica o coordenador do PTE. "É aqui que se faz o PTE, na criação de serviços. Sem um uso de qualidade perde-se uma oportunidade enorme".

Estes serviços tiram partido das infra-estruturas criadas nas escolas, que incluem o equipamento das salas de aula com computadores e videoprojectores, a criação das redes locais e a ligação das escolas à Internet com velocidades de 64 Mbps, passando pela componente de segurança com a videovigilância e o cartão do aluno e mesmo a criação do Centro de Apoio Tecnológico da Escola, o CATE.

O projecto é complexo e avança com várias componentes em simultâneo, estando interdependentes uma das outras. Sem infra-estruturas não há serviços e sem serviços os equipamentos e redes não servem os objectivos de modernização das escolas e do sistema de ensino.

Sem adiantar números concretos sobre as escolas onde as redes locais estão a funcionar, computadores e videoprojectores ligados, João Trocado da Mata prefere fazer um balanço do PTE do ponto de vista qualitativo, onde o interesse internacional de países que querem conhecer o modelo para o aplicarem internamente e a adesão das escolas e professores se destacam.

"Acredito que está criada uma oportunidade. A tecnologia é um instrumento, um meio poderoso que pode contribuir para o ensino e a aprendizagem", afirma João Trocado da Mata, que lembra porém que apesar de esta ser uma condição necessária não é suficiente.

"O principal desafio joga-se agora na utilização das tecnologias", sublinha, destacando que "os professores têm um papel fundamental em todo o processo enquanto disseminadores do conhecimento na nossa sociedade".

O Portal das Escolas, um dos mais recentes projectos do PTE, tem um papel central nesta estratégia, com a disponibilização dos serviços para a comunidade educativa. Embora numa primeira fase esteja aberto apenas aos professores, o objectivo é dar acesso a pais e alunos, o que poderá acontecer ainda este ano.

Fátima Caçador