De acordo com dois relatórios recentemente divulgados pelo Congresso americano, o FBI deixou de utilizar o polémico sistema de controlo de emails Carnivore, para passar a utilizar soluções comercialmente disponíveis no mercado.



O sistema que foi desenvolvido internamente pela organização gerou polémica desde que começou a ser utilizado, em 1999. Desde essa altura, as organizações de defesa dos direitos de privacidade consideraram que estavam em risco um conjunto de direitos legalmente salvaguardados, embora o Carnivore só pudesse ser activado por ordem judicial e dirigido a alvos específicos, suspeitos de crimes.



A notícia avançada pela imprensa internacional baseia-se em dois relatórios preparados pelo Electronic Privacy Information Center onde se garante que, nos anos fiscais de 2002 e 2003, o FBI terá substituído o Carnivore por sistemas de controlo de email e actividades online disponíveis comercialmente no mercado.



O documento detalha mesmo que os sistemas de substituição terão sido activados 13 vezes durante o período em análise por ordem do tribunal e na sequência de investigações criminais, onde se considerou que a Internet era utilizada para troca de informação comprometedora.



A polémica gerada em torno do Carnivore levou o FBI a rebatizar o software passando a identifica-lo como DCS 1000 a partir de 2001, já que a primeira designação era considerada demasiado agressiva.



Esta alteração teve pouco impacto junto das organizações de defesa dos direitos da privacidade que intensificaram os pedidos de informação detalhada sobre os mecanismos de funcionamento do Carnivore. O principal alvo da preocupação das organizações civis era a ausência de garantias sobre a capacidade de restrição do âmbito de actuação do software aos suspeitos.



Os únicos números tornados públicos sobre a utilização do Carnivore referem-se ao período entre 1998 e 2000, época em que terá sido utilizado 25 vezes.



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