A nova versão do software de correção ortográfica chama-se FLiP 11 e está disponível a partir de hoje, apenas para Windows e sendo totalmente compatível com o Office 2019 da Microsoft adiantou hoje Carlos Amaral, CEO da Priberam, numa conferência de imprensa online. O primeiro FLiP foi lançado há 26 anos mas "continua a ser uma ferramenta importantíssima", sublinhou o responsável pela empresa que se especializou em processamento computacional da língua e processamento computacional, e que mantém online o Dicionário Priberam.

Uma das novidades do FLiP 11 é o facto de ser um software único "para todas as pessoas que escrevem em português", integrando as várias variações da língua, desde o português do Brasil aos léxicos usados em Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Timor Leste e todos os países da CPLP.

A versão 11 tem o léxico geral e dicionários temáticos que foram totalmente revistos, incorporando a nova edição do Dicionário Priberam. é compatível com o Windows 1o e Office 2019, Open Office e as versões mais recentes das aplicações da Adobe, como o InCopy e o InDesign. Há ainda um plugins do FLiP para WordPress e vários editores Web, e isso tem permitido que a tecnologia seja integrada, através da API da Priberam, em software de diversos grupos editoriais.

Mesmo assim Carlos Amaral admite que quer chegar mais longe e questionado pelo SAPO TEK defende que a integração com os corretores ortográficos utilizados dos sistemas operativos é um dos objetivos. Mas também com os browsers, o que não é atualmente possível, limitando, por exemplo a utilização do FLiP no Google Docs. Este é um trabalho que está em desenvolvimento, com a possibilidade de suporte pelo Chrome, e por sua vez com o Edge, que usa o motor do Chromium, como explicou durante a conferência.

Mais inteligência artificial? Ainda não

Carlos Amaral defende que o valor acrescentado do FLiP face aos corretores ortográficos já incluídos nos processadores de texto e outras aplicações é relevante, e justifica que a Priberam continue a desenvolver a ferramenta.

Uma análise comparativa com o corretor do Office 2019, que foi partilhada por Helena Figueira, linguista da Priberam, indica que o FLiP 11 tem cerca de 5 vezes mais capacidade de correção de erros, e foram apontados vários exemplos. A linguista estranhou também o facto do Office ter 3 modos de aplicação do acordo ortográfico, com e sem acordo e ambos, o que afirma que não faz sentido.

Mostrou ainda que a equipa faz ponto de honra em muitos pormenores que são relevantes para quem escreve, como a possibilidade de evitar falsos erros com a utilização dos dicionários temáticos. "A palavra cometário pode ser um erro de escrita de quem queria suar 'comentário' ou um léxico específico de ciências", explica.

Para Carlos Amaral são estes exemplos que fazem a diferença no FLiP "Este software tem o trabalho de 26 anos de especialistas que mantêm o FLiP e o Dicionário Priberam", defende, explicando que o rigor e correção da língua estão também na base da aposta da empresa em manter o "modelo de abordagem tradicional", apesar de estar a investir em desenvolvimento e investigação de Machine Learning e tecnologia de inteligência artificial.

Mesmo com este conhecimento, e o volume de textos que a Priberam tem em base de dados que podem servir como amostra, Carlos Amaral acredita que ainda não há a capacidade para manter o rigor e a correção total recorrendo a esta tecnologia.

“Se eu tenho um investimento de 26 anos na linguagem portuguesa ainda conseguimos fazer melhor do que a IA e é por isso que temos humanos a trabalhar nestas coisas para além dos algoritmos", defende.

Ainda assim o FLiP tem "um cheirinho" desta tecnologia, por exemplo na correção sintática em que tem de decidir se apresenta ou não determinadas mensagens com base no contexto da frase. "Queremos ir mais longe mas, vendo os problemas que têm acontecido, ao olhar para textos, só o fazemos se tivermos a certeza que não têm erros se podemos usá-los", adianta.

O FLiP 11 pode ser descarregado a partir do site e o preço de uma licença é de 59,99 euros, custando um pacote de três licenças 69,99 euros. A atualização das versões anteriores, a partir da 8, 9 ou 10, é de 39,99 euros para uma licença ou 48,99 para três licenças.

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