O tribunal chinês condenou esta semana, em penas de prisão entre os 12 e os 18 meses e multas até 16 mil euros, três pessoas que revelaram em antecipação e "obtiveram por meios ilegais" as características do iPad2, relata o Wall Street Journal.

O trio foi acusado de "colaborar para roubar informação" sobre o novo tablet da Apple, de um dos principais fornecedores, vários meses antes do seu lançamento.

A pena mais pesada - um ano e meio de prisão e uma multa de 150.000 yuan, cerca de 16 mil euros - foi aplicada ao director de uma empresa que fabrica acessórios para os produtos da Apple, a MacTop Electronics.

O responsável terá oferecido 20.000 yuan (cerca de 2 mil euros) e descontos nos seus produtos a um ex-empregado da fabricante chinesa que produz equipamentos para a Apple, a Foxconn, em troca de informações sobre o novo tablet. O objectivo avançado foi a produção de capas de protecção para o dispositivo.

Xiao Chengsong terá também pago a um então funcionário da área de investigação e desenvolvimento da mesma empresa para que este fornecesse imagens digitais da parte de trás do equipamento em Setembro - seis meses antes do lançamento do produto.

O funcionário da área de ID foi condenado a 14 meses na cadeia e a pagar uma multa de 100.000 youan (cerca de 11 mil euros), sendo acusado de "violar as políticas de privacidade da empresa e revelar segredos industriais a terceiros".

O já então ex-colaborador da empresa passará um ano na cadeia e terá de pagar 30.000 yuan (cerca de 3 mil euros), tendo o tribunal entendido que, tal como Xiao Chengsong, "obteve acesso a informação por meios ilegais", "causando graves perdas". Todos foram acusados de violar o segredo industrial.

Ainda segundo a mesma fonte, tanto os membros do tribunal como da Apple se recusaram a prestar declarações. Um porta-voz da empresa que fabrica os produtos da maçã na China afirmou "não poder comentar sobre assuntos de segurança interna", acrescentando que "a Foxconn leva muito a sério os compromissos com a protecção da sua propriedade intelectual e dos seus clientes, tomando todas as medidas necessárias para salvaguardá-la de quaisquer violações".