Durante o Web Summit 2020, o líder da plataforma de conversação Discord explicou como é que a ferramenta tão popular entre os gamers já serve mais de 100 milhões de utilizadores. A produtora de Jason Citron começou por construir um videojogo para smart devices, como os smartphones e tablets há vários anos atrás. E o Discord nasceu quase por acidente, porque era para ser apenas uma ferramenta de conversação para servir esse jogo. A sua experiência a conviver com amigos online, a jogar títulos em multijogador foram importantes para o futuro. E em 2013 a empresa pensou qual a direção tomar. A primeira versão do Discord surgiu em 2015, pegando na experiência das ferramentas criadas anteriormente.
Depois do Discord ter sido lançado, começou com o “passa a palavra” com Jason Citron a referir que passou por convencer os amigos a usar a aplicação para comunicarem durante as partidas de gaming. A plataforma acabou por reunir utilizadores apaixonados por videojogos, que começavam a abandonar ferramentas pagas como o Team Speak. Jason Citron destaca que a sua tecnologia reflete as suas próprias necessidades como jogador para comunicar, de reunir amigos e fazer coisas juntas, seja a conversar, a realizar chamadas em vídeo e claro, a jogar.
A empresa tem uma política de zero tolerância para mensagens ou discursos de ódio, na promessa de manter a plataforma saudável e convidativa aos jogadores, afastando-se assim das conotações associadas a ser uma rede social. O líder da empresa prefere destacar aquilo que pretende deixar como legado, de como o Discord será relembrado no futuro e a sua contribuição para a indústria. “O Discord é sobre conversa, não é sobre colocar mensagens que se tornam virais”, explica o líder da empresa. Tudo é feito no momento, tornando o comportamento diferente do uso de outras plataformas sociais.
Em 2019, a empresa começou a observar um outro fenómeno: os utilizadores estavam a utilizar o Discord para outras coisas que não gaming, tais como a criação de clubes de leitura, para fazer músicas ou assistir a filmes juntos, como se fosse uma sala de cinema. Dessa forma, passou a ouvir as necessidades dos seus utilizadores, para que passasse a ser simplesmente o local onde as pessoas se reuniam para conversar. Essa mudança foi feita em julho, alavancado pelas necessidades das pessoas em confinamento, devido à COVID-19.
“A pandemia trouxe novas oportunidades para a empresa, desde professores e alunos a usarem o Discord para as aulas, abrindo salas para diferentes disciplinas”, salienta e refere que houve mesmo um clube de comédia, onde os utilizadores podiam divertir-se num formato digital, entre os exemplos dados sobre o uso da plataforma.
A forma como a empresa construiu a plataforma e como tornou a experiência melhor para jogar, teve a repercussão de se expandir a outras áreas, explica o criador. E nem foi necessário fazer um grande investimento para criar diferentes ferramentas para as necessidades distintas dos utilizadores.
A possibilidade de caracterizar as salas e os servidores do Discord, para expressão própria das comunidades, é um dos exemplos de sucesso da plataforma. Não existem dois servidores iguais, pois as pessoas podem personalizar completamente o seu espaço.
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