"Real War" é o nome de um novo jogo de computador lançado nos Estados Unidos no início da semana pela Simon and Schuster Interactive, uma unidade do gigante dos media Viacom, que teve por base um software de treino militar.



A acção desenrola-se no Médio Oriente onde os utilizadores podem transformar-se em soldados norte-americanos que têm ao seu dispor armas nucleares e mísseis cruzeiro para combater o mundo terrorista.



Mas qualquer semelhança entre o jogo e a situação de guerra actual foi pura coincidência, afirma a empresa. O "Real War" nasceu, não através das notícias dos ataques terroristas do passado dia 11 de Setembro, mas a partir de um software concebido para treinar soldados norte-americanos, explicou Peter Binazeski, da editora Simon and Schuster Interactive, à agência de notícias Reuters.



Em desenvolvimento durante um ano, o título esteve sempre programado para sair em meados ou fins do mês de Setembro afirmou Peter Binazeski, acrescentando que nunca houve intenção de atrasar o seu lançamento devido aos ataques ao World Trade Center.



Embora crie fortes paralelos entre as acções militares no Afeganistão, incluindo e existência de algumas armas e táticas de ataque utilizadas, Peter Binazeski garante que o jogo não se passa nesse local, nem o cenário apresenta quaisquer semelhanças com o Afeganistão.



A acção do jogo compreende uma resposta norte-americana a um ataque terrorista, afirmou Peter Binazeski, mas os jogadores podem escolher entre ser um elemento do exército norte-americano ou do "Independent Liberation Army".



Em 1997, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos pediu à OC - empresa da qual saiu a Rival Interactive que concebeu o Real War - que desenvolvesse um software de "treino", com uma componente de jogo, para operações militares conjuntas nas quais o Exército, a Marinha a Força Aérea e os Marines coordenassem esforços, e assim nasceu o "Joint Force Employment". Segundo Peter Binazeski, o Real War é esse software sem os elementos educacionais militares.



Embora o software original não pusesse em risco as questões relacionadas com a segurança nacional, Peter Binazeski explicou que o Real War foi revisto e aprovado pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos.



Porém, não deixa de ser estranho o lançamento do jogo ocorrer numa altura em que temas semalhantes estão ainda na ordem do dia. Por muito que os imperativos comerciais obriguem, este é um movimento contrário à decisão de alguns editores de jogos, que retiraram do mercado aplicações que pudessem de alguma forma sugerir atentados terroristas em Nova Iorque na sequência do ataques de 11 de Setembro. (veja Notícias Relacionadas)



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