A Intel mostrou ontem na CES as novidades que está a preparar para este ano. Performance e eficiência foram os aspetos centrais da apresentação. A área dos smartphones e dos dispositivos portáteis, onde a líder de mercado não tem conseguido dominar como noutros mercados, esteve no centro da apresentação, onde foi relevado um novo processador dirigida a smartphones de gama de entrada.


O novo Atom Z2420, nome de código Lexington) é um dual core de 1.2GHz com suporte para HSPA, vídeo HD e câmara de 5 megapixéis. Integra um PowerVR GPU (SGX 540) igual ao que é usado na plataforma Medfield.


O sistema - que tem um design de referência associado - foi preparado a pensar nos mercados da América Latina e da Ásia e já convenceu a Acer, a Safaricom e a Lava a produzirem equipamentos que o suportem.


Baseada na geração anterior dos Atom, a plataforma Medfield é ainda a grande aposta da Intel na área dos smartphones, uma opção que conseguiu colocar a marca em alguns equipamentos, mas de forma muito residual.


No terceiro trimestre do ano passado o mercado de processador para samartphones cresceu 58%, a Intel só "apanhou" 0,2% desse bolo, segundo a Strategy Analytics. Um dos elementos que continua a faltar na oferta é um chip para telefones com 4G.


Mas na apresentação da CES a Intel revelou mais planos para o futuro dos Atom. A plataforma Clover Trail Plus - atualiza a Clover Trail - foi uma das revelações. Com duas vezes mais performance que a Medfield, terá opções quad core e estará disponível no verão.



O processado de fabrico usado nesta evolução do Clover Trail será de 22 nanómetros, como a tecnologia usada nos Ivy Bridge, também tema de novidades na apresentação de ontem.


A nova linha de processadores Ivy Bridge traz novidades sobretudo ao nível da eficiência energética, que é também uma das atuais críticas dos fabricantes. A Intel promete uma redução do consumo energético de 15 a 17 watts para 7 watts.


Na mesma área, já se sabia que a Intel estava a trabalhar numa nova geração dos core, conhecida pelo nome de código Haswell. Ontem a empresa mostrou-a em funcionamento num novo equipamento, um tablet convertível com uma autonomia até 13 horas, que a Intel quer transformar em referência para o mercado.

[caption]Tablet convertivel[/caption]

Além dos produtos, e como é hábito, a Intel usou a apresentação para falar de conceitos e mostrar a sua visão sobre o futuro da computação. Um futuro que, como se sabe, a empresa se esforça por influenciar através de investimento em empresas, parcerias e designs de referência que marcam o passo a novas linhas de produto, como os PCs de baixo custo para a educação (o Classmate na base da Magalhães é um exemplo) , ou os ultrabooks.


Neste espaço dedicado a um futuro pouco longínquo a Intel antecipou - e desejou - que os computadores do futuro sintam. Uma sensibilidade que se quer para além do ecrã de toque e do reconhecimento facial que alguns modelos já permitem. Como resumiu a NBC, o plano é fazer evoluir os dispositivos tradicionais para uma espécie de estilo Kinect.


A Intel acredita que esta capacidade de ler gestos, rostos e vozes será banalizada, quer através de acessórios para ligar às máquinas, quer através de características embutidas de raiz nos equipamentos, tornado habituais, seguras e fáceis de usar um conjunto de tecnologias que hoje já estão disponíveis de forma dispersa em diferentes gadgets.


A própria Intel tem vindo a trabalhar na área, já com alguma oferta disponível, de que é exemplo a tecnologia de reconhecimento facial. Essa foi uma das tecnologias mostradas pela fabricante de processadores, que enfatizou as questões de segurança, tal como a tecnologia de reconhecimento de gestos, onde destacou a precisão, como fatores centrais para aumentar o recurso a este tipo de ferramentas.



Na apresentação da CES a Intel confirmou ainda que está a trabalhar com a Comcast no lançamento de uma nova geração de chips que vai permitir o acesso a conteúdos de TV sem necessidade de uma set-top-box. A tecnologia vai funcionar nos PCs, tablets, smartphones e smart TVs com processadores da fabricante.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Cristina A. Ferreira