Vencedores da fase nacional da Imagine Cup, evento dedicado à inovação e às invenções, os investigadores do Nuada também sobreviveram ao difícil teste da semi-final europeia. Aqui bateram-se com projetos de países fortes como a Alemanha, mas o bilhete para a final mundial em Seattle, nos EUA, foi conseguido.



Filipe Quinaz, um dos elementos que está a desenvolver o Nuada, admite que o sucesso da representação portuguesa no evento internacional vai depender das ideias do júri para a concretização de projetos. “Há projetos muito bons”, admite, lembrando que o facto de serem poucas equipas pode dificultar ainda mais a escolha do vencedor.



Mas a Nuada pode vir a ser a estrela do evento. O projeto consiste numa luva inteligente que funciona como um sistema de suporte para quem não tem força na mão ou para quem tem dores.



Imagine uma luva com tendões artificiais, tendões esses que podem contrair e relaxar de forma automática através de sensores, ou que podem ser bloqueados e desbloqueados através de um botão. Estes são os dois modelos em que o Nuada vai estar disponível e além de doentes com artrites ou pessoas que estejam a fazer recuperações físicas nas mãos, existem outras aplicações possíveis.

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Desportistas que usam a luva salvaguardam as mãos de esforços desnecessários, permitindo concentrar o exercício em músculos específicos e sem cansaço extra. O mesmo vale para um trabalhador da construção civil: como a mão é dos primeiros elementos a sofrer o cansaço do trabalho físico, com o Nuada está prometida mais produtividade em atividades de grande esforço.



As etapas de evolução estão definidas e o conceito está todo desenvolvido. Ficam a faltar os investidores, como revelou Filipe Quinaz em conversa com o TeK. Atualmente o Nuada está a concorrer a um programa de investigação do MIT, mas estão abertas as portas a todos os contributos, sejam eles financeiros ou apenas de partilha de ideias. “Para progredir precisamos de dinheiro”, explicou o investigador da Universidade da Beira Interior.



Quando a Nuada chegar ao mercado vai custar entre 150 a 200 euros na versão automática – carregada de sensores biométricos, equipada com ecrã LCD e baterias – e apenas nove euros na versão mecânica. Os valores podem ainda baixar assim que a solução for produzida em massa.



Sem concorrência direta e com o sistema patenteado, mesmo que o projeto não consiga a vitória em terras internacionais o objetivo principal da equipa é que o Nuada tenha notoriedade suficiente para atrair a atenção de pessoas que estejam dispostas a contribuir para o projeto.

Rui da Rocha Ferreira


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico