Uma equipa de investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) desenvolveu uma nova técnica de produção de circuitos elásticos. Estes permitem imprimir adesivos eletrónicos que podem ser usados em diversas aplicações, tais como monitorização da saúde de doentes, a criação de pele artificial, e claro, na indústria têxtil para a criação de roupas e acessórios wearables que ajudam os atletas a registar a sua performance.

A tecnologia já pode ser produzida em larga escala, prometendo um baixo custo. A técnica, que já foi publicada na revista científica Nature Cimmunications, foi desenvolvida no âmbito do projeto de investigação WoW do Programa Carnegie Mellon Portugal, em parceria com a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) com a Carnegie Mellon University nos Estados Unidos.

Os investigadores explicam no comunicado que os desafios encontrados nos últimos 10 anos, no campo da eletrónica flexível, é conseguir produzir os circuitos flexíveis de uma forma eficiente e mais acessível. A equipa de investigação da ISR (Instituto de Sistemas e Robótica) da Universidade de Coimbra, desenvolveu uma técnica alternativa à integração de microchips, que se encontram em estado sólido, em materiais flexíveis e circuitos baseados em polímeros elásticos.

Mahmoud Tavakoli, o líder da equipa de investigação, refere que a solução encontrada de auto-soldagem é um passo gigante para a produção de circuitos de baixo custo, o que vai facilitar o avanço para a comercialização. Estes microchips podem ser incorporados de forma eficiente em circuitos flexíveis, sendo utilizados em vários tipos de circuitos elásticos ultrafinos ou em têxteis eletrónicos. A alternativa tecnológica que a equipa descobriu permite produzir em larga escala e aplicar em diversos tipos de produtos comerciais. “É uma nova alternativa à soldagem tradicional de microchips e pode criar uma revolução na montagem de circuitos impressos”, diz o investigador.

Entre os exemplos avançados, a sua aplicação pode ser usada em sensores de biomonitorização e adesivos com diferentes aplicações médicas, que registam dados de saúde dos doentes, tais como a sua atividade muscular, respiração, temperatura corporal, batimentos cardíacos, atividade cerebral ou até emoções.

Por outro lado, também a indústria têxtil pode ser beneficiada com a descoberta. A criação de roupas de nova geração, mais inteligentes, capazes de monitorizar o desempenho de atletas, por exemplo, ou mapear os movimentos de uma atriz. A equipa refere ainda que na moda moderna, o tecido poderá ser usado como uma ferramenta de comunicação.

A Universidade de Coimbra e a Carnegie Mellon University já garantiram a patente da tecnologia, e a equipa procura agora parceiros empresariais para apoiar a comercialização da sua solução em diferentes áreas de atividade.

O documento científico da descoberta pode ser consultado na Nature Communications.

Nota de redação: Notícia atualizada com mais informação. Última atualização 10h55.