Estima-se que em 2040 vão existir cerca de 80 mil milhões de aparelhos conectados, e que isso irá conduzir a disrupção e cruzamento de todas as indústrias. É preciso novas soluções para conectar os dados aos dispositivos, de forma a melhorar a experiência dos utilizadores e o próprio mundo.
Paul Walsh, Chief Digital Officer da Lenovo, ofereceu uma a visão da empresa chinesa sobre o advento da transformação digital. “Como nos poderemos reinventar para oferecer novas experiências?”, pergunta o executivo, salientando que a tecnologia está a crescer a uma velocidade como nunca antes, desde a cloud, o 5G, o blockchain, e a IA, apenas para referir algumas. É possível atualmente prever se uma nova marca vai conseguir ser bem-sucedida com as ferramentas atualmente disponíveis,a crescenta. E alerta que se as empresas não se adaptaram, os seus clientes atuais, serão os seus antigos clientes do amanhã.
Há três coisas que a Lenovo quer salientar: padrões de comportamento através de redes cognitivas, criação de encontros cruzados e a utilização de ferramentas em conjunto. “Quando acordo de manhã, por volta das 5 horas, consigo falar um pouco com o meu filho, depois saio e vou ao café, antes de entrar na empresa, havendo aqui um padrão diário de 50 minutos diários”.
Este padrão é analisado pela empresa, pois o utilizador pede sempre o mesmo café, pagando no mesmo formato, deslocando-se da mesma forma. Nesse sentido, quando sai de casa, porque não o estabelecimento receber uma notificação a dizer que o cliente vai a caminho. Mesmo na contrapartida de uma mudança no caminho, pode gerar uma segunda mensagem a dizer que está mesmo a chegar. É este tipo de soluções personalizadas que a Lenovo prevê ser o caminho de uma sociedade conectada.
O executivo refere que todos os equipamentos geram dados, e é preciso saber o que fazer com eles, analisar os padrões e tirar partido. E é aí que entra o primeiro elemento referido, os padrões cognitivos. Ao colocar os dados em trabalho, conclui-se que os clientes necessitam de ajuda, 79% continuam sem converter a informação em experiências. E 72% das empresas estão à procura de ajuda exterior para analisar estes dados.
A segunda é tornar a tecnologia invisível em algo palpável. Pegando no exemplo do café, pode-se dizer que é possível a experiência com uma app. Mas para pedir um produto específico é preciso 25 minutos para descobrir o mesmo. As pessoas querem experiências imediatas. “Quando introduzimos um serviço ou aplicação, a experiência deve partir do próprio utilizador, não deixando que a tecnologia se introduza no caminho”. Um exemplo dado, um hotel com sensor na porta que comunica com o smartphone, através de uma chave digital. Mas o hotel dado como exemplo, tinha uma chave “só como precaução”, mas ao usar o cartão, depois de uma longa viagem, esta não funcionou. Pedido explicação, o cartão digital anula a utilização do cartão físico, o que o executivo achou como uma má experiência de utilização, apesar da excelente ideia tecnológica.
A transformação do retalho é outra preocupação da empresa, sobretudo ao introduzir caixas automáticas, sem a necessidade de cartões de pagamento, dinheiro, ou smartphone, utilizando apenas sensores biométricos de autenticação dos utilizadores. A saúde é outra área em transformação, segundo a empresa, em como utilizar a tecnologia de realidade aumentada para detetar o cancro e o comportamento das doenças. E desta forma conseguir projetar, de forma preditiva, a evolução das mesmas e antecipar tratamentos.
No que diz respeito à indústria transformadora, o impacto da predição através dos dados para criar soluções de larga escala, recorrendo a Big Data e analítica, desde o controlo da temperatura, por exemplo.
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