A Macromedia está a
preparar um software para aplicações de Internet criadas com base na
tecnologia de animação Flash que possa correr offline, que permitirá, ao
mesmo tempo, à empresa norte-americana avançar no domínio da gestão de
direitos digitais (DRM). Os responsáveis da companhia deverão anunciar hoje
esse conjunto de melhorias ao Flash e serviços associados que dá pelo nome de
Macromedia Central, durante a conferência de programadores FlashForward, a
decorrer desde ontem em São Francisco e que termina amanhã, informou a C|NET.

Este ambiente permite que as aplicações de Internet desenvolvidas mediante a
utilização do Flash MX possam ser copiadas para o disco rígido de um PC,
de forma a que os utilizadores possam interagir com elas, mesmo quando estão
offline. O Central destina-se assim a simplificar a experiência dos
utilizadores finais que entram e saiem constantemente de uma ligação em rede.
As alterações efectuadas numa aplicação offline serão carregadas assim
que o utilizador voltar a estar online. As ferramentas para
programadores vão estar disponíveis já a partir do próximo mês, mas os
consumidores apenas poderão realizar o download do software
Central a partir deste Verão.

No ano passado, a Macromedia iniciou uma campanha para alargar o papel do
Flash no Webdesign, promovendo o software como uma plataforma
ampla para conceber aplicações para a Web e construir interfaces de
utilizador. A companhia obteve grandes avanços com essa iniciativa, tendo
várias empresas reestruturado os seus sites para funcionarem com Flash, mas a
experiência que esta tecnologia oferece precisa ainda de acontecer
online, dentro da janela de um browser.

As aplicações online podem actualmente correr offline num PC, mas com uma capacidade limitada. A funcionalidade é disponibilizada através de código
como servlets de Java e
macros que são transferidos para o disco rígido, mas que não disponibilizam
acesso a toda a aplicação. O Macromedia Central irá criar um ambiente onde as
aplicações Java podem correr independentemente do browser. Além
de fornecer gratuitamente o software-cliente, a Macromedia planeia
comercializar uma série de aplicações Flash transferíveis pela Net e criadas
por programadores externos. A empresa irá retirar 20 por cento de qualquer
venda de software, ficando os programadores com o restante.

Um dos exemplos de aplicações possíveis consiste num programa de compras
desenvolvido em conjunto com o site PriceGrabber, quer permite que os compradores online
guardem e organizem informação sobre os produtos em que estão interessados
para que possa ser visualizada mais tarde. O Central incorpora ainda
funcionalidades de gestão de direitos digitais, ajudando os fornecedores de
conteúdos a verem os seus direitos de licenciamento e distribuição cumpridos,
ajudando assim a proteger a propriedade intelectual. As aplicações Flash
concebidas neste ambiente utilizam um ficheiro XML para descrever atributos
como o pagamento e data de termo de validade para a utilização do
software. Esta última funcionalidade é útil para a distribuição de
cópias de teste do programa.

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