O esquema que consiste em codificar os computadores e servidores de uma empresa para ganhar bitcoins terá origem no leste da Europa. Segundo apurou o Público junto de fontes da Polícia Judiciária, os piratas informáticos já terão chegado aos servidores de escolas e de todos os ministérios portugueses, apesar de o Governo negar qualquer tipo de falha.

A técnica para bloquear sistemas com recurso ao envio de um email - disfarçado de uma "mensagem de fax" -, que leva consigo um ficheiro malicioso em WinRar, não é algo recente, mas está agora a assumir outro tipo de proporções em Portugal. De acordo com informações do jornal, o grupo trabalha a partir do leste da Europa.

Esta onda de ataques já levou à chegada de cerca de 20 queixas ao departamento de cibercrime da PJ. Contudo, não só o gabinete do Primeiro-Ministro afirma que os sistemas dos ministérios estão a funcionar correctamente como o Ministério da Educação e da Ciência diz que o último ataque ao sistema de um estabelecimento de ensino terá ocorrido no ano passado.

Em setembro de 2014, dois ucranianos foram detidos em Espanha acusados de praticarem este tipo de crime, também a troco de bitcoins. Na altura estimou-se que o grupo, localizado em Madrid, tivesse infetado 21 mil empresas de 80 países, pedindo resgates na ordem dos mil euros. Algumas empresas pagaram, mas nunca chegaram a recuperar os dados codificados.

O TeK já tinha dado conta de que em 2013 uma entidade da Administração Pública ligada à área do ensino viu parte do sistema informático ser vítima de sequestro de dados por parte de piratas informáticos. A informação surgiu numa altura em que uma empresa portuguesa também viu a sua base de dados sequestrada, naquela que é uma técnica de cibercrime cada vez mais comum.


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