Ao longo dos primeiros três meses do ano foram registadas 327.598.028 tentativas de infecção de computadores em diferentes países do mundo, mais 26,8 por cento que no trimestre anterior.

Os dados são da Kaspersky que atribui o aumento do cibercrime ao crescimento do acesso à Internet, aliado a uma legislação insuficiente e à subida das taxas de desemprego.

No entanto, o objectivo dos ciber-criminosos mudou, passando a dirigir os seus ataques preferencialmente a utilizadores de países com controlos menos rigorosos e sistemas de banca online desenvolvidos.

Durante o primeiro trimestre, as noticias que mais foram usadas para atrair os utilizadores para páginas maliciosas tinham a ver com o iPad, com o Avatar e com o sismo do Haiti.

Os ciber-criminosos utilizaram maioritariamente famílias de programas que incluem código HTML ou script e inseriram links em redes sociais ou distribuíram-nos através de spam com o objectivo de redireccionar os internautas para sites infectados.

Ao longo deste primeiro trimestre de 2010, a Kaspersky Lab detectou ainda 12.111.862 vulnerabilidades nos computadores dos utilizadores, o que corresponde a mais 6,9 por cento que no trimestre anterior. Das vulnerabilidades mais difundidas, seis em cada 10 foram detectadas em produtos Microsoft Office, três no software da Adobe e um no da Sun.

O número de exploits também cresceu (21,3%). Neste caso, os programas da Adobe foram mais afectados que os da Microsoft: cerca de metade dos exploits aproveitaram vulnerabilidades da Adobe.

Reforçar a legislação funciona

Os Estados Unidos são agora líderes (27,57%), seguidos da Rússia (22,59%). A líder do último trimestre do ano passado, a China, ocupa agora o terceiro posto (12,84%), graças ao "presente de ano novo" que o governo de Pequim deu aos ciber-criminosos, ao endurecer a política de autorização de registo de domínios da zona "cn".

A introdução de leis mais apertadas e uma maior atenção por parte das autoridades em relação ao cibercrime forçou os delinquentes a dissimular as suas actividades. Tal resulta, defended a Kaspersky, num aumento no número de Trojans, já que o malware deste tipo se confunde com uma aplicação genuína e pode continuar sem ser detectado apesar do uso de software legítimo.

No final do trimestre, os Trojans já representavam 21,46 por cento de todas as ameaças detectadas nos computadores dos utilizadores. O adware é o segundo do ranking, seguido dos worms.